Lançado com pompa e circunstância no dia 13 de janeiro, em evento festivo realizado no Fazendão, o projeto “Nasceu para Vencer” anunciava se tratar de “uma série de ações a serem implementadas pelo clube ao longo da temporada, com a participação direta do torcedor”. Mas, conforme avisamos, o ecbahia.com.br ficaria de olho em tais promessas, “torcendo – e ajudando no que for preciso – para tudo dar certo”. O problema é que, desde a sua primeira meta, o plano de marketing vem reiteradamente sendo desrespeitado.
Segundo o cronograma apresentado, o passo inicial ocorreria em 29/01/2006, quando as 20 mil camisas da campanha deveriam começar a ser vendidas no site oficial tricolor e em diversos pontos da cidade.
Isso, porém, só aconteceu uma semana depois – e após cobrança do site. O responsável pelo setor no Bahia, Marco Costa, alegou que a reprogramação para o BA-Vi da Fonte Nova se deu “pela grandeza do clássico e por ser, inquestionavelmente, um jogo de maior apelo de público e mídia”. “A visibilidade vai ser muito maior e o número inicial de vendas também. Além do que, achamos mais proveitoso realizar um lançamento unificado da camisa e da moeda (banhada em ouro, comemorativa aos 75 anos do Esquadrão de Aço)”, acrescentou.
Outro atraso pôde ser observado em relação aos novos uniformes do clube, previstos para “até o mês de março”. A apresentação dos mesmos, entretanto, ocorreu apenas no último dia 11 de julho. Durante a demora, em abril, a assessoria de imprensa tricolor declarou que “a alta demanda de confecção de produtos para seus novos patrocinados é o principal motivo alegado pela Diadora para ainda não ter lançado o padrão do Bahia da temporada 2006″.
NADA DE LOJA
Também não foi cumprida a meta de se criar uma loja virtual, com a “implantação de um sistema on-line de vendas, através do site oficial, dos produtos licenciados e dos produtos esportivos da empresa fornecedora de material da equipe”. O prazo era o primeiro semestre deste ano. Quanto ao “Débito em Conta” (parceria para arrecadação financeira através dos torcedores contribuindo com valores de débito em conta, de R$ 1,00 a R$ 200,00), a direção deve agradecer ao surgimento, em junho, da Turma Tricolor – associação independente que objetiva arrecadar fundos e bancar a folha do futebol azul, vermelho e branco, atrasada em dois meses na ocasião.
Mais ou menos no mesmo período, a iniciativa da “Revitalização do Quadro Social” só se efetivou após muita pressão da torcida, mas desperdiçando um imenso potencial. Em vez de promovê-lo em meio a uma grande campanha publicitária, haja vista a sua possibilidade de retorno, o recadastramento dos sócios patrimoniais passa ao público a impressão de ser um honroso gesto de caridade dos cartolas. “Isso de que não existia ficha de inscrição nem título à venda foi coisa da época da eleição, coisa da oposição. O Bahia precisa dessa receita”, retruca o presidente do Conselho Deliberativo tricolor, Ruy Accioly, referindo-se às acusações de que o clube preferia deixar de angariar recursos dos associados para impedir seu processo de democratização.
Projeto afim, o “Censo Tricolor” (cuja finalidade seria identificar quem é quantos são os nossos torcedores, e quem deseja se associar ao Bahia) até hoje não saiu do papel. Da mesma forma, aparecem o “Cartão Estrela Tricolor”, o “Memorial e Novos Apartamentos” e a inauguração da “Loja Oficial do Clube”. Todos com previsão para até o fim de 2006, assim como a “Camisa 75 Anos”, em parceria com a Diadora, e a “Micareta Tricolor”, contando com artistas baianos, também em comemoração ao 75º aniversário do Esquadrão.
E, para apreensão do departamento de marketing tricolor, dois projetos dados como certos por ela, em janeiro, ainda não decolaram. São eles: o Lig Gol (titulo de capitalização envolvendo Bahia, São Paulo, Palmeiras, Santos, Flamengo, Atlético-MG, Cruzeiro, Grêmio, Inter e Vitória) e a Timemania (loteria brasileira dos clubes de futebol), que segue emperrada em Brasília.
Além disso tudo, um dos ítens mais importantes do projeto, que retrata diretamente a transparência, tão exigida pelo torcedor e que dá credibilidade a tudo, não foi cumprida. Em 11 de março, informando um “saldo positivo no primeiro mês de vendas”, a direção de marketing do clube afirmou: “As vendas das camisas e moedas do Nasceu para Vencer vão até junho. O balanço financeiro completo do projeto será apresentado até o dia 10 daquele mês.” Passados quase 40 dias e nada…
Leia também
Conheça o novo projeto azul, vermelho e branco!
Novos uniformes são lançados com 4 meses de atraso
Clube reabre quadro social; saiba como se associar
“Turma” lança site e já começa a quitar atrasados
Vendas do Nasceu para Vencer aquém do esperado
comentários
Aviso: Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do ecbahia.com.
É vetada a inserção de comentários que violem a lei, a moral, os bons costumes ou direitos de terceiros.
O ecbahia.com poderá retirar, sem prévia notificação, comentários postados que não respeitem os critérios
impostos neste aviso ou que estejam fora do tema proposto.