“Dizem que tabu foi feito para ser quebrado, porém o Bahia insiste em contrariar um dos mais surrados jargões futebolísticos. Nesta quarta-feira à noite, na cidade insular de Madre de Deus, o Ex-quadrão de Aço perdeu pela oitava vez em onze confrontos para o seu mais recente carrasco, fundado em setembro de 2003. O Ipitanga ignorou o predomínio azul, vermelho e branco nas arquibancadas de um estádio lotado, fez 1 a 0 e arrancou gritos de olé da torcida, que ao final vaiou o medíocre time de Petrônio Barradas & Cia.”
O trecho acima foi publicado há exatas três semanas e infelizmente pode ser repetido agora, adaptando-se apenas alguns detalhes. Também nas últimas horas de uma quarta, o palco desta vez foi a Fonte Nova, que presenciou ao lado de aproximadamente 14 mil pessoas um péssimo empate em 1 a 1, graças a dois pênaltis inexistentes, assinalados na etapa inicial. A equipe profissional do Tricolor permanece sem nunca ter vencido o Tucano em toda a história.
“Pior é que além da derrota, os demais resultados da rodada empurraram o clube para a humilhante rabeira de seu grupo. Para completar o quadro desesperador, domingo tem BA-Vi no Barradão – onde não vencemos há quase oito anos”, acrescentava a notícia daquela ocasião. A situação atual é semelhante. O resultado no Octávio Mangabeira, somado ao triunfo do Poções, nos tirou da zona de classificação da chave 1, sem falar que os dois próximos compromissos do Bahia são fora de casa, contra Camaçariense e Juazeiro.
Atuando com três zagueiros e um único armador, os comandados de Luís Carlos Cruz tiveram muitas dificuldades para assustar o goleiro laranja Gessé. Mas apesar das freqüentes ligações diretas defesa-ataque em meio a passes errados de beques e volantes, até chegaram com Pereira, de cabeça, e Rafael Bastos, chutando. Parecia que os três pontos viriam, porém o árbitro Jailson Macedo Freitas resolveu aparecer. Aos 19 minutos, enxergou falta do xará camisa 4 tricolor, dentro da área, sobre Diogo. O atacante aproveitou para se isolar ainda mais na artilharia do Estadual e mandou nas redes de Marcão.
A ótima apresentação de Rafael era a esperança da massa, que ficou com o grito de gol entalado na garganta em pelo menos três oportunidades. A bola, entretanto, só atingiu o fundo da meta ipitanguense após novo erro do juiz baiano. Aos 43, Ávine caiu, ele apontou para a marca da cal, as arquibancadas comemoraram e Luiz Eduardo igualou o placar. Um alento para o segundo tempo, quando ambos os oponentes desperdiçaram ótimas chances.
É verdade que o Bahia poderia ter ganho, mas o Ipitanga também. Não foram poucos os lances de perigo do Tucano, sob a tática do contra-golpe. E se a má pontaria tricolor irritou a torcida, o que dizer das substituições do treinador? Coros de “burro” puderam ser ouvidos depois das trocas de Bruno César, Jaílson e Rafael Bastos por Ancelmo, Danilo Rios e Rodrigo Pardal. O lateral-esquerdo Galego, improvisado na zaga, continuava. A tentativa de pressão azul, vermelha e branca não deu resultado e as reclamações endereçados a Cruz deram lugar a um uníssono de vaias ao término do embate.
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