Sem querer comparar mas já comparando, o Bahia 2006 pode ser uma espécie de Santos de quatro anos atrás. Não, este que vos escreve não está louco, tampouco enxergando um novo Robinho no Fazendão. Porém, guardadas as devidas proporções, até porque aquele Peixe não se encontrava tão “emburacado” como o Tricolor de hoje, a situação apresenta, sim, algumas similitudes. A exemplo do que pode ocorrer com o Esquadrão de Aço (caso a diretoria não negocie a garotada), o alvinegro – sem dinheiro – depositou todas as suas esperanças na divisão de base e colheu excelentes frutos. E como.
A geração de 2002 que em dezembro deu o título nacional ao clube da Baixada, acabando com uma longa e angustiante “fila” sem conquistas importantes, surgiu no mês de janeiro (como a nova safra do Bahia), durante a disputa da Copa São Paulo.
E se os comandados de Moacyr Araújo saíram a dois degraus da decisão, os santistas foram eliminados antes, nas oitavas-de-final. Derrota para o Flamengo, nos pênaltis, num torneio em que curiosamente chegaram a nos enfrentar na fase de grupos. Liderados por um então desconhecido Diego, de apenas 16 anos, não perdoaram: 5 a 0.
Dez meses depois, o Santos levantava o Brasileirão frente a um rodadíssimo Corinthians, treinado por Carlos Alberto Parreira, que possuía entre os titulares Rogério, Kléber, Vampeta, Guilherme e Deivid. Desacreditados na etapa classificatória, quando só passaram na oitava posição, os “Meninos da Vila” em seguida arrancaram rumo ao caneco destronando os favoritos São Paulo e Grêmio e atropelando o Timão: venceram as duas partidas finais. Forçando a barra ou não, seria exagero esperar dos promissores Rafael Bastos, Ancelmo, Danilo Rios e Bruno César feito semelhante, pelo menos na iminente Terceirona, ao magistral de Robinho, Diego, Alex, Paulo Almeida e Cia.?
Apesar do imenso assédio (e estamos falando do futebol europeu), o Santos soube segurar seus talentos e vendê-los na hora certa, garantindo milhões (de DÓLARES) aos cofres do Estádio Urbano Caldeira. Até liberá-los, virou novamente um time de ponta e disputou a Libertadores, aproveitando ao máximo o potencial de cada um. A sofrida Nação Tricolor espera o mesmo, garantindo que no futuro o custo-benefício será recompensador. Não se esquece da venda do lateral-direito Daniel Alves, oportunidade em que o próprio presidente do Sevilha classificou-a como “à preço de banana”… O Grêmio, por exemplo, subiu com o precoce Anderson em campo, após o mesmo já ter disputado um Mundial pela Seleção, sendo ainda mais valorizado.
Fica, por outro lado, o alerta para a massa não se considerar os garotos verdadeiros “salvadores da pátria”. Chances para a postura não dar certo existem e, pelo calvário azul, vermelho e branco, são inclusive grandes. Mas o torcedor também não tira da cabeça que o Bahia campeão de 1988 tinha Charles, Zé Carlos e João Marcelo recém-promovidos dos juniores.
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