De Paulo Simões, a matéria abaixo se encontra na edição desta sexta-feira de um dos mais importantes veículos do Estado, o jornal A Tarde:
O triunfo sobre o Colo-Colo por 3 a 1 amoleceu a maioria. Mas outros torcedores do Bahia não desistiram. Confirmaram a promessa e protestaram ontem contra a atual diretoria do clube. Cerca de 30 tricolores levaram faixas e fizeram um breve apitaço à entrada do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), no Centro Administrativo da Bahia.
A intenção era atingir o ex-presidente do clube, Paulo Maracajá, conselheiro e vice-presidente do TCM. O alvo não foi acertado integralmente. Maracajá está de férias até o final de maio, segundo declarou.
Maracajá é acusado pelos torcedores descontentes como sendo um dos responsáveis pela crise que o Bahia atravessa. O grupo entende que o conselheiro mais influente do tricolor comanda a diretoria presidida por Petrônio Barradas. Exigem que o TCM cumpra as normas de conselheiros serem proibidos de participar de clubes de futebol.
O grupo de descontentes sugere a renúncia de toda a diretoria. Exige democratização, modernização e salvação do clube. Quem fala é o presidente da Associação Bahia Livre, Ivan Carvalho.
As faixas pediam à Polícia Federal, Receita Federal e Ministério Público que investiguem o colegiado que comanda o Bahia. Repetiam palavras de ordem como “fora Maracajá”. Vozes faziam perguntas sobre o dinheiro referente a negociações de jogadores do passado.
AUTOCRÍTICA – Nem só cartola levou bronca dos protestantes. Os próprios colegas de arquibancada apanharam. “Só porque o time venceu o Colo-Colo a raça se acomodou. Até parece que estamos disputando a Libertadores. Jogamos com o Colo-Colo do Chile”, ironizou Rosalvo, da organizada Povão.
Jorge Alberto, da Bamor, também não economizou na metralhadora: “A torcida do Bahia protesta no sofá. Basta um triunfo do time para ficar quieta”. Os tiros atingiram outro segmento: “80% da imprensa está vendida. Vou dar o nome de todo mundo”, disparou.
Edmilson Gouvêia, do portalesportivo.com, foi menos implacável: Apesar de pouca gente o movimento é válido. Estamos tentando preparar torcedores formadores de opinião. Não dá para controlar uma massa muito grande”, explicou.
RAUDINEI – Jorge Maia, da Associação Bahia Livre, disse que há 15 anos ve chamando atenção para a decaída de seu clube. “Aderimos ao movimento ´Maracajá devolva meu Bahia´ em 1995, quando o Vitória iniciava seu primeiro tricampeonato. Era fácil prever que o Bahia ia terminar assim”, conta o torcedor.
Maia diz que o famoso gol de Raudinei, que deu ao Bahia o título estadual de 1994, teve grande influência na decadência do tricolor. “A pena de pressão estava para explodir quando o clube se sagrou campeão”, recorda.
A manifestação de ontem foi a segunda que os tricolores fizeram este ano. Em 31 de março, as torcidas Povão e Bamor protestaram no Fazendão. A Unidade Tricolor e o site ecbahia.com.br também estiveram presentes no CAB. O movimento vai continuar independente dos resultados no Baiano, disseram os torcedores.
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