BMV: A magia da arquibancada exibida nos cinemas

“A magia das arquibancadas de um jogo futebol, em que ocorrem situações inusitadas como desconhecidos se abraçando para comemorar um gol ou consolando o choro do parceiro de clube. É esse universo que será mostrado no filme Bahêa Minha Vida, de Márcio Cavalcante.

A película, roteirizada e dirigida por Cavalcante, procura explicar a razão de uma paixão tão intensa. “Casamentos acabam, mas o amor pelo clube do coração é para sempre”, é um dos ditados mais populares acerca do futebol. A produção chega ao circuito comercial no dia 30.

“É mais do que amor ou paixão. A vida do clube e do torcedor, para muitos, se confundem”, resume o cineasta. Márcio Cavalcante promete levar para as telonas imagens históricas, como lances do Campeonato Brasileiro de 1959, vencido pelo tricolor – como o Bahia, de cores azul, vermelha e branca, também é chamado -, batendo na final o Santos do Rei do futebol Pelé. “Fizemos um encontro com os jogadores (daquele time), muitos não se viam havia uns 30 anos. Foi emocionante”.

No formato de documentário, o filme retrata a história do clube através de torcedores folclóricos, atletas e artistas, como Ricardo Chaves, Tomate, Tuca, Margareth Menezes, Cláudia Leitte, Armandinho e Luiz Caldas. Das arquibancadas, saíram personalidades folclóricas, como Lourinho, que jura ter “segurado” o goleiro Taffarel no campeonato Brasileiro de 1988, também vencido pela equipe baiana.

O místico – em todos os sentidos – torcedor fazia vudu com os atletas adversários, espetando os bonecos correspondentes a jogadores mais conhecidos.

Bahêa Minha Vida tem produção da Movimento Digital Filmes; com direção de produção de Sheila Gomes. A montagem esteve a cargo de Denis Ferreira. E mais Matheus Vianna (diretor assistente); Lázaro Santana (diretor de Fotografia), e Bob Bastos (trilha original), entre outros. Demorou três anos para ser produzido. Retrata também momentos difíceis do clube.

O clube, entre 2004 e 2010, disputou as divisões inferiores do nacional (as séries B e C) e vive ainda uma entressafra de títulos – desde 2002, o tricolor não conquista títulos pelo time profissional.

Outras “peças” a protagonizar Bahêa Minha Vida são Binha de São Caetano, atual torcedor-símbolo é que tem o hábito de enrolar treinadores e atletas com a bandeira do clube, Miro da Santa – por causa do ícone religioso que leva aos estádios -, Adílson da Buzinha e Pedro da Paz, que durante os jogos toca acordes do hino do clube em uma corneta.

Bahêa Minha Vida ouviu os ídolos do passado Beijoca, Baiaco, Zé Carlos, Sapatão, Douglas, Bobô (atual superintendente da Sudesb), Ronaldo, Charles, Jorge Wagner, Elizeu e Osny – e do presente, como o lateral Ávine, ainda atuando pelo clube, e Daniel Alves, do Barcelona (ESP) e da seleção brasileira, ex-jogador da equipe e ainda ídolo da “nação” tricolor.

O atual técnico, Joel Santana, comentou sobre a epopeia do time campeão baiano de 1994 – treinado por ele -, que venceu a competição graças a um gol no último minuto, marcado pelo ex-atacante Raudney, também presente no filme. Márcio Cavalcante promete um grande momento com as imagens da última alegria da torcida, o acesso para a Série A do Brasileiro no ano passado. Todos os jogos foram gravados.

O delírio da torcida transbordou os estádios, chegando a literalmente lotar as instalações do Aeroporto Internacional de Salvador a cada vitória fora do estado.

Tamanha festa que a Confederação Brasileira de Futebol agraciou os amantes do Bahia como “torcida de ouro” do campeonato brasileiro do ano passado, incluindo todas as divisões. Uma torcida que levantou um título e agora vira personagem principal no cinema.”

Tribuna da Bahia (Adaptado)

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