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Bobô cede entrevista polêmica para portal nacional

Notícia
Historico
Publicada em 5 de agosto de 2005 às 16:19 por Da Redação

Confira abaixo a matéria publicada às 13h04min desta sexta-feira pelo portal Pelé.Net, um dos sites sobre esportes mais visitados no país, intitulada “Bobô detona Viola e outros jogadores do Bahia”. Assinado pelo repórter Daniel Neves, o texto é diretamente de São Paulo:

Foto: Arquivo“Uma vida dentro do Bahia”. É assim que Raimundo Nonato Tavares da Silva define sua relação com o clube que o revelou. Bobô, nome com o qual ficou conhecido, realmente tem uma ligação muito forte com o Tricolor. Além de ter jogado pelo clube, também atuou como treinador e, mais recentemente, como diretor de futebol.

Bobô esteve presente no melhor e no pior momento da história do Bahia. Ele foi o destaque da equipe campeã brasileira em 1988, comandando o meio-campo tricolor na conquista sobre o Internacional. Porém, como diretor de futebol, estava no clube quando este chegou a cair para a zona de rebaixamento para a Série C, neste ano.

Famoso por sua personalidade forte, Bobô, em entrevista exclusiva ao Pelé.Net, não poupou críticas e detonou a falta de planejamento da diretoria anterior, que investiu pesado em jogadores veteranos, e a alguns atletas do elenco tricolor, principalmente ao atacante Viola. “Ele não é profissional”, acusou.

Com a crise dentro de campo, atrasos no salários dos jogadores, agravamento da situação financeira do clube, além de uma disputa política, Bobô deixou o cargo de diretor de futebol do Bahia no final do mês de julho. Mesmo assim, não deixa de acompanhar e torcer pelo seu time de coração.

O Bahia investiu muito para a disputa da Série B. Porém, em campo, a equipe não consegue render. Quais jogadores não deram o retorno esperado?
Uéslei, Dill, Fernando Miguel, Viola. São todos jogadores de primeira linha, com salários muito elevados. Mas que em campo acabaram não rendendo o esperado, com um custo-benefício muito alto. Isso acontece no futebol.

O clube precisa investir para subir para a Série A, mas não tem dinheiro, se endivida e cria dificuldades para subir. Isso não é uma bola de neve? Qual a solução para isso?
A solução é fazer o contrário que o Bahia fez. O clube contratou vários jogadores caros e veteranos. É possível montar um time bom sem gastar tanto. Tem de procurar talentos no interior, jogadores que ainda não despontaram para os clubes grandes. Chegar para um menino e dar a ele a oportunidade de melhorar de vida vestindo a camisa de um clube grande, como o Bahia. Não adianta insistir com caras com mais de 33 anos.

Se a solução é essa, por que você não conseguiu colocar em prática no Bahia?
Quando eu assumi, o Bahia já tinha montado esse time. Pra você ver, essa era a idéia quando contratamos o Picerni. Mas ele não se adaptou ao clube por causa da distância da família. Se ele tivesse chegado ao Bahia em janeiro, estaríamos em outra situação.

Jair Picerni chegou ao Bahia no final de Junho para substituir Zetti, que fora demitido. O treinador comandou o Tricolor em quatro partidas, conquistando uma vitória, um empate e duas derrotas. Após atritos com o elenco, salários atrasados e o início de crise, o técnico preferiu deixar o clube.

Foi por não conseguir implantar seu projeto que você deixou o clube?
Isso são duas coisas distintas. Fiz um planejamento para sanear as contas montando um time mais barato e procurando talentos, mas acabou não dando tempo de colocar em prática. Deixei o clube porque nunca gostei da parte administrativa. Meu negócio sempre foi o campo. Só assumi o departamento de futebol por um pedido do presidente Marcelo Guimarães, que não tinha tempo de cuidar dessas coisas.

O atraso nos salários atrapalhou o desempenho do time em campo?
Com certeza. Os atletas têm compromissos, como qualquer pessoa. Ele não pode entrar em campo pensando em outros fatores. Ainda mais aqueles que ganham menos, R$ 3 mil ou R$ 5 mil. Quando não recebem, o clima fica ruim. Além disso, teve um desgaste entre os próprios jogadores, pois tinha atleta que recebia e outro não.

Quem recebia em dia?
Por contrato, o Uéslei recebia em dia. Não sei direito porque não fui eu que participei deste acordo, mas isso acabou criando um mal estar dentro do elenco.

Isso acabou gerando corpo mole?
Não quero crer nisso. O que houve foi que alguns atletas não corresponderam tecnicamente o investimento e não renderam o esperado. O que pode ter acontecido foi jogador entrar em campo preocupado com outras coisas, preocupado pela falta de dinheiro. Mas, para aqueles que já têm status e recebem um salário alto, dois meses de salário não fazem falta.

E o Viola? Ele não fez corpo mole?
Ele não é profissional. Apesar de nunca ter tido um atrito com ele, aconteceram alguns fatos que incomodaram a mim a ao presidente. Teve um dia que ele já tinha se recuperado de lesão e seria relacionado para o banco. Porém, na véspera da partida, ele reclamou que ainda sentia dores. Nós entendemos e o dispensamos. Mas, três dias depois, ele estava treinando normalmente. Isso aconteceu três vezes. Em uma delas, ele viajou para a Turquia para disputar uma partida pela seleção brasileira de veteranos. Isso é um absurdo. O time nessa situação e ele vai jogar amistoso.

Na época da polêmica envolvendo Viola, o clube estudou a dispensa do jogador. Isso só não ocorreu pelo fato de o Bahia não ter dinheiro para pagar a rescisão contratual.

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