Displicente, irresponsável, frouxo. Sobram adjetivos – todos negativos, infelizmente – para definir a péssima atuação do Bahia em Campina Grande, contra o Treze, neste domingo. Os poucos tricolores que se deram ao trabalho de ir ao estádio Amigão voltaram para casa com a sensação de que, para que o maior clube do Norte-Nordeste volte a sonhar com a sua dignidade, muito precisa ser mudado.
Desde o começo da partida o Treze foi melhor. Não apenas por sua qualidade, mas – principalmente – pela fragilidade da marcação tricolor. Individual e coletivamente.
Dos jogadores da defesa, o que menos comprometeu foi Pereira. O zagueiro foi extremamente útil nas bolas altas, centradas para Adelino. Já Rodrigão e Peris tiveram atuações desastrosas. O primeiro, muito inseguro, não venceu uma disputa de bola na primeira etapa. Já o projeto de lateral-esquerdo nem apoiou nem marcou ninguém. Grande parte dos lances de perigo do Galo saíram de falhas suas.
Parecia que o Bahia estava atuando com um jogador a menos, sempre havia alguém livre. Todo jogador do Treze que recebia a bola tinha um razoável espaço para progredir (ou tempo para planejar um passe, por exemplo).
O primeiro gol, marcado pelo meia Leozinho, evidenciou este problema. O jogador recebeu o passe, na entrada da área, e finalizou com tranquilidade, logo aos 9 minutos. Até então, o Treze era melhor. A equipe aproveitava o nervosismo (ou incompetência mesmo) do Bahia, que não conseguia sequer sair jogando com um mínimo de organização.
Momento em que Juninho sai machucado
Com a saída de Juninho, por contusão, a função de preparar lances de perigo do Bahia ficava por conta de Guilherme, Azevedo e Leandro Leite. Enquanto o primeiro tentava, de acordo com suas limitações, progredir com a bola, e o segundo limitava-se a fazer cruzamentos fortuitos pra área, Leite se ocupava em recuar a bola aos zagueiros, sempre que possível.
Mesmo assim, o Tricolor esboçou uma reação, criando lances de perigo, geralmente com Isac. O jovem atacante entrou com disposição e, até o último instante da partida, correu para ajudar a marcação. Diferente atitude das tomadas por Paulo César e Sorato. O primeiro, visivelmente com problemas físicos, limitou-se a cavar faltas. O último nem esteve presente no Amigão.
O segundo gol do Treze acabou com o ânimo dos comandados de Charles. Passeando pela “Avenida Peris”, Paulinho Macaíba avançou e chutou. Darci aceitou, para desespero azul, vermelho e branco.
Daí pra frente, só deu Treze. O time criou várias oportunidades, abusou de perder gols. Darci tornou a falhar poucos minutos depois, em uma finalização de Adelino, novamente nas costas de Peris. A bola foi no travessão, e, no rebote, sem goleiro e a 2 metros do gol, Macaíba conseguiu chutar por cima.
No segundo tempo, o Bahia voltou com outra postura. Aceso, disposto, raçudo. Logo no primeiro minuto, Isac, sempre ele, driblou o zagueiro e fez mais uma bola carimbar a “trave do gol do Dique”, como disse mais um torcedor que tirou a tarde para se irritar no Amigão. Esta acabou sendo a melhor chance do Esquadrão no jogo.
Aos poucos, o ímpeto foi diminuindo. A entrada de Elias trouxe um pouco mais de consciência ao meio-campo, mas nada suficientemente forte para trazer reviravoltas ao placar. Luís Alberto, o outro que entrou, mostrou muita disposição, mas pouco criou.
Desordenada, a pressão tricolor surtiu efeito aos 40 minutos. Sorato aproveitou transtorno na área do Treze para mandar pro gol. Entretanto, o juiz invalidou novamente o tento do atacante, que reclamou muito. Até agora nenhum tricolor que se preze entendeu o motivo da anulação.
Todavia, o fato é que ainda houve tempo para Adelino exibir todo o seu repertório. O “forrozeiro” recebeu passe dentro da área, sem marcação. Era só finalizar. Só que Adelino perdeu tempo driblando Darci, possibilitando a recuperação da defesa.
Como se não bastasse, o jogador voltou a perder outra chance claríssima, um minuto depois. Desta feita, méritos para Darci, que espalmou o chute do atacante, mandando pra linha de fundo e levando à loucura os torcedores do Treze.
E assim foi. Os alvinegros dividiam-se entre eufóricos, pela vitória e situação da equipe na tabela, e revoltados, pela ruindade de Adelino. Já os tricolores, unanimamente humilhados, com a certeza de que viram seu clube perder de forma vexatória para um adversário, no máximo, esforçado.
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