Briga agora é para não ser rebaixado outra vez

Esqueça o sonho de voltar à elite do Brasileirão no ano que vem, torcedor tricolor – 2010 será o sétimo ano consecutivo fora da Primeira Divisão. A esperança de retornar à Série A foi sepultada pelo lanterninha da Segundona, o (horrível) ABC, na noite desta terça-feira, em Natal. Desfalcado de cinco titulares, acredite, o pior time da competição foi mais um a humilhar o Bahia – fez 3 a 0, com extrema facilidade, no estádio Frasqueirão, e frustrou definitivamente as ambições do ex-quadrão. Foi a terceira derrota consecutiva desse arremedo de time que a diretoria montou para a Série B e prometeu que ia subir.

As chances matemáticas são remotas, mas ainda existem. O clube tem mais 42 pontos a disputar, em 14 jogos, e precisa no mínimo conquistar 33. O problema é que nos 24 jogos que fez até aqui, o Bahia só marcou 30 pontos. Ou seja, terá que fazer em 14 partidas o que não fez em 24.

Com essa caricatura medíocre de equipe de futebol, repleto de jogadores desprezíveis e descompromissados, comandado por um técnico de belíssimos discursos e pífios resultados, rebanho contratado por um diretor de futebol incompetente, torcedor declarado do maior rival, que abusa do direito de errar, e de um presidente omisso, que fica assistindo o barco afundar, sem tomar uma atitude concreta e que entregou as rédeas do clube a aventureiros irresponsáveis, definitivamente, não dá pra acreditar. Agora, se você crê em Papai Noel, coelhinho da páscoa, boi tatá, saci pererê… fique à vontade.

Infelizmente, a realidade aconselha abrir os olhos enquanto há tempo para não ter que ficar fazendo conta contra o rebaixamento na reta final do campeonato e evitar repetir 2005, quando foi parar na Terceira Divisão. Com o resultado desta terça, o Tricolor se mantém na perigosa distância de apenas três pontos para a zona da degola. Já o Ceará, último dos quatro primeiros, nem consegue mais ver o Bahia no retrovisor – já são distantes 13 pontos de frente.

O jogo

Mais uma vez, e inexplicavelmente, o ridículo Evaldo, apesar das sucessivas falhas, da lentidão e da deficiência pelo chão e por cima, começou como titular na zaga do Bahia. E não deu outra. Seguindo sua rotina, o zagueiro falhou de novo, contou com a colaboração de Fernando, que não saiu do gol, e o ABC abriu o placar aos sete minutos, com Ricardinho.

Aos 35, Sérgio Guedes, num passe de mágica, se deu conta do erro que cometeu ao escalar Evaldo e providenciou sua substituição. Só que, na troca dele pelo estreante meia Odair, em cobrança de escanteio, sem o seu mais alto jogador na área, o Bahia levou o segundo – gol de Júnior Negão. Ou seja, dentro e fora de campo a ruína do Evaldo prejudica o time.

Com péssimas atuações de Rubens Cardoso, que a cada jogo mostra ser um verdadeiro ex-jogador em atividade (pede pra sair, meu filho!); Élton, que esqueceu o bom futebol em algum lugar do passado; Bruno Silva e Diogo, pra que vieram mesmo?!; e Nadson desperdiçando chance atrás de chance; o Bahia fazia jus à desvantagem.

No segundo tempo, Sérgio Guedes arriscou com improvisações. Colocou o meia Hélton Luiz improvisado de lateral-direito no lugar do ineficiente Diogo e o péssimo Hernâni no lugar de Élton, o que acabou desconfigurando o combalido bando, que criou chances (incrivelmente perdidas) e até botou uma bola na trave.

Como castigo, tomou o terceiro – aos 34, João Paulo acertou um belo chute de fora da área e fechou o caixão tricolor na Série B 2009.

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