Do jornal amazonense A Crítica: “Se a Série C precisava de um jeito para ganhar as manchetes do futebol brasileiro, então acaba de encontrá-lo, ainda que da pior forma possível. O campeonato de 2007 corre o risco de ser paralisado, inviabilizado ou de terminar sub-judice, chegando até mesmo aos corredores da sede da Fifa, na Suíça. Pelo menos é isso que promete o Araguaína-TO, clube desconhecido até pouco mais de um mês, e que agora virou a espinha atravessada nas gargantas dos dirigentes da CBF.
Retirado da segunda fase por escalar de forma irregular o atleta Eucimar Silva dos Santos na primeira fase, o clube recorreu e ganhou os pontos e a vaga de volta. O problema é que a decisão do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) saiu quando a segunda fase já estava encerrada.
De acordo com a acusação, o Araguaína escalou Eucimar Silva sem ter inscrito o jogador no campeonato. Faltou uma ficha especial para atletas amadores profissionalizados. “Ganhamos os pontos dentro de campo e não vamos abrir mão do nosso direito. Ganhamos a causa no Tribunal, e o presidente (Rubens Approbato), que nem estava no julgamento, concedeu um efeito suspensivo”, reclama o presidente do clube tocantinense, Itamar Perim.
Dilema na CBF – De posse do veredicto, a bomba caiu nas mãos do departamento técnico da CBF. Como devolver um time para uma fase já disputada? Anular os jogos? E o dinheiro de quem pagou para ver as partidas inválidas? E os clubes eliminados? Fariam novos contratos e novas despesas? Quem pagaria a conta? “Se a decisão for por devolver o Araguaína, teremos um prejuízo muito grande, mas vamos ser obrigados a cumprir a ordem judicial”, assegura o diretor do departamento técnico da CBF, Virgílio Elísio.
Uma hora depois do julgamento, a Procuradoria Geral do STJD concedeu efeito suspensivo. O embargo de declaração anulou o retorno do Araguaína. Embora determinasse a recuperação dos 12 pontos, a sentença não especificou como a CBF deveria cumprir o despacho, o que gerou uma brecha para que novo julgamento fosse marcado, para a próxima quinta-feira.
Se o Araguaína vencer novamente estará reestabelecido o caos. Se perderem, prometem ir à Fifa e até a Justiça Comum, numa novela sem graça e sem previsão de final feliz, cujo enredo prevê uma batalha incalculável de liminares, advogados, artigos jurídicos, deixando o futebol em segundo plano.”
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