Se o descontentamento da torcida tricolor com a Nike já é grande, depois deste domingo a situação chegou ao fundo do poço. Mostrando estar totalmente fora de sintonia com a história do clube, a fornecedora de material esportivo lançou duas novas camisas através do seu parceiro, a loja Netshoes. Ambas já estão à venda.
Foto: Netshoes
A marca parece querer utilizar o escudo tricolor para escoar malhas encalhadas nas lojas. As camisas nem de longe lembram as tradições do bicampeão brasileiro. Para não falar na confusão com as cores azuis e pretas, a ausência do vermelho irrita a torcida.
No site da revendedora a informação é que se trata da “Camisa Nike Bahia Pre Match 2014 que oferece máxima resistência e conforto para atividades físicas ou bate-bolas. Possui tecido leve que facilita a movimentação dos boleiros do Esquadrão de Aço”.
Os novos modelos já estão provocando a ira de tricolores também na Internet. “Já estão passando dos limites”, disse um tricolor. “Que porcaria é essa?”, falou outro mais nervoso. “Deve ser brincadeira”, debochou mais um.
Foto: Twitter
Segundo relatos do clube, a patrocinadora sequer trouxe a camisa para mostrar à diretoria. Não houve nenhuma avaliação ou aprovação da área de marketing do Bahia.
O diretor jurídico do clube, Vitor Ferraz, respondeu ao ecbahia.com e disse que já estão sabendo do lançamento. “A diretoria está atenta a todas as questões envolvendo a comercialização de mercadorias com a marca do clube. Aquelas consideradas indevidas, por qualquer motivo, serão prontamente combatidas”, falou.
Mas as falhas não são de hoje. A fornecedora de material esportivo tem causado conflitos com a torcida desde fevereiro de 2012. Na época, lançou a camisa “imitação” da do Arsenal da Inglaterra. Torcedores procuraram no site da Netshoes e encontraram um uniforme semelhante, apenas sem o escudo do Esquadrão, por cerca de R$ 110 a menos. O fato causou revolta nas redes sociais.
De lá para cá ainda tiveram lançamento de “camisas rubro-negras” com o escudo do Bahia, uniformes especiais sendo mostrados em primeira mão pelo presidente deposto, Marcelo Guimarães Filho, e estreia da famosa camisa tricolor sem nenhuma formalidade ou evento de apresentação. Um verdadeiro desleixo com o clube.
CAMPANHA
Em janeiro deste ano, um grupo de torcedores chegou a fazer uma campanha contra a Nike. Dentre os envolvidos, estavam conselheiros do clube e membros da Revolução Tricolor.
O esforço envolveu um banner na internet que foi divulgado através das redes sociais. A intenção era afetar a visibilidade da marca e forçar um acordo de encerramento do contrato com o Bahia. A ação até sensibilizou a direção, mas não trouxe resultados imediatos.
NEGOCIAÇÃO
Em março, o diretor de negócios Pablo Ramos, chegou a informar que a Nike ainda tinha chances com o clube. “Ainda estamos em negociação. A Nike está construindo um plano de trabalho para nos apresentar”, falou na época.
“Isso envolve a qualidade do material, das camisas, desenho específico, quantidade de material por ano, distribuição nas lojas físicas, estudo de preço médio, dentre outras coisas”, disse.
O clube continua aguardando uma resposta da fornecedora. O contrato vai até dezembro de 2015 e existe uma multa de R$ 2 milhões, para o caso de rompimento.
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