No calendário tricolor, o ano de 2006 começou ainda em 2005. Mais precisamente no dia 8 de novembro, quando a engrenagem da bola ganhou sua mola-mestra: o diretor Newton Mota. A ingrata missão era a de reestruturar e unificar o combalido futebol do clube. Quatro meses e meio depois de anunciado pelo então recém-empossado presidente Petrônio Barradas, o Bahia vive à sombra do fantasma que assombrou a equipe no ano passado.
A decepcionante campanha no primeiro turno do Campeonato Baiano remete invariavelmente à participação irregular no estadual do ano passado, mas principalmente ao desempenho em 2002 e 2003, quando o time sequer chegou à final. A inconsistência da equipe foi reflexo da necessidade latente de reformular o elenco após o descenso à Série C do Campeonato Brasileiro. Apenas Marcus Vinícius, Jaílson e Dudu foram poupados do faxinaço.
A primeira fase da apressada política de contratações trouxe nada menos que 22 novas caras ao clube. Com o caixa no vermelho, a maioria dos reforços veio de equipes de pouca ou nenhuma expressão no cenário nacional. Quatro dias antes da estréia contra o Itabuna, dia 8 de janeiro, Newton Mota anunciava que o grupo formado por 28 jogadores estava fechado para o estadual. Duas semanas e cinco rodadas depois, nove atletas ganharam bilhete azul e partiram em busca de outro clube logo após a derrota no primeiro Ba-Vi.
Em contrapartida, outros nove “heróis” da Copa São Paulo de Futebol Júnior acabaram promovidos aos profissionais. Poupado pela diretoria, o técnico Luís Carlos Cruz ganhou voto de confiança. Mas a blindagem ao treinador não renderia muito mais. No dia 8 de fevereiro, o empate contra o Ipitanga, em plena Fonte Nova, o derrubaria do cargo.
Com um elenco recheado de garotos, o interino Charles Fabian ganhou fôlego para esboçar uma reação. Após duas vitórias e três empates entre Campeonato Baiano e Copa do Brasil, foi efetivado como técnico. Mas a seqüência invicta de seis partidas foi quebrada justamente no jogo de volta da competição nacional e o Bahia acabou eliminado pelo desconhecido Ceilândia-DF. O torcedor mais atento pôs as mãos na cabeça e viu passar o filme do ano passado, quando ao “herdar” a vaga da Catuense, o Bahia acabou desclassificado pelo Grêmio ainda na primeira fase.
Com o foco voltado para a semifinal do estadual, a diretoria repetiu a estratégia por duas quintas-feiras consecutivas. A política do “chegou-jogou” promoveu as estréias relâmpago de Adelino e Da Silva, reforços de número 30 e 31 do Bahia (veja o quadro abaixo). Outro recém-chegado, o meia Didé teve uma semana para se adaptar ao clube antes de estrear como titular. Mas o trio não foi capaz de impedir os empates contra o Colo Colo e a conseqüente segunda eliminação da temporada.
Os números não mentem
A inconsistente campanha no Campeonato Baiano rendeu ao Bahia a quarta posição no primeiro turno. O aproveitamento de 50% garantiu apenas 24 dos 48 pontos possíveis. Desempenho inferior ao de Vitória (34 pontos), Colo Colo (28) e Ipitanga (26), outros três classificados à semifinal. Muito pouco para quem sonhava com um título para apagar a má impressão deixada no Brasileiro do ano passado. Menos ainda para quem já foi considerado a principal força do Nordeste.
Em 16 jogos, a balança pendeu para o número de empates. Foram sete contra apenas seis vitórias e três derrotas. A síndrome da igualdade pôde ser verificada principalmente nas finais, quando em três das quatro partidas, o número de gols a favor não conseguiu superar os contrários. E o fato se deve em boa parte ao bom desempenho da defesa, ponto de equilíbrio à falta de pontaria do rotativo ataque tricolor. Com apenas 12 gols sofridos em toda a competição, a meta foi a menos vazada do primeiro turno. Em compensação, os 11 homens de frente que passaram pelo clube marcaram somente 21 vezes, sexto pior desempenho do estadual. Atualmente no banco de reservas, Bruno César é o artilheiro da equipe com quatro gols.
Contratações da temporada
Goleiros: Marcão, Edmar* e Darci.
Zagueiros: Carlinhos*, Josemar, Pereira e Rodrigão.
Laterais: Jean*, Chiquinho*, Apodi* e Galego.
Volantes: Jota, Guilherme, Careca, Baiano e Emerson.
Meias: Rogério*, Dilmar*, Alexandre Salles*, Léo Dias*, Tiago Fonseca*, Rodrigo Pardal, Didé.
Atacantes: Rivaldo*, Capitão*, Jean Michel*, Rony*, Giuseppe*, André Leonel*, Da Silva e Adelino.
*Jogadores que já deixaram o clube
Correio da Bahia (Adaptado)
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