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Carlos Amadeu: “Nem tudo que é de fora é melhor”

Notícia
Historico
Publicada em 19 de abril de 2005 às 15:30 por Da Redação

Na edição desta terça-feira, o periódico Correio da Bahia faz um “ping-pong” com o novo comandante técnico do Bahia, Carlos Amadeu. Confira:

Você chega ao comando do time de profissionais como interino, mas sempre há aquela esperança do trabalho dar certo, as coisas fluírem, e acabar sendo efetivado. Mesmo assim, quando isso acontece, a imagem que se passa é de um profissional descartável, que pode retornar à sua antiga função a qualquer hora. É assim que você enxerga esse momento do Bahia e de sua carreira?
Essa é uma imagem que precisa mudar. Precisamos transformar esse provincianismo de achar que tudo o que é de fora é melhor. Isso não é verdade. Temos ótimos profissionais aqui. Essa barreira já foi quebrada com os preparadores de goleiro, com Chiquinho, com os preparadores físicos, com Dudu Fontes e Mário Augusto, e começou a cair com os técnicos quando o Péricles Chamusca assumiu o Vitória e mostrou que tinha condições de ter sucesso.

Mas o Bahia tem tradição de trazer nomes renomados, isso não dificulta por causa da cobrança da torcida e da imprensa?
Sobre isso e ainda respondendo a sua primeira pergunta, entendo que existe no Bahia uma evolução gradual de mudança dessa filosofia. Esta minha promoção, mesmo que interinamente, mostra a confiança do presidente e do Bobô no trabalho feito por mim, pelo Charles e pelo Luisinho. Acho que também que é uma mudança que não passa apenas pela ideologia do clube, mas também com a cultura da imprensa e da torcida.

Você entende que esse caminho da base para o profissional é o melhor meio para a formação dos técnicos, ou você é a favor que os treinadores rodem desde cedo em equipes de diferentes estados e portes?
Acho que tenho duas coisas importantes a falar sobre isso. Primeiro, que é importante que a torcida e a imprensa saibam que não sou um treinador imaturo, iniciante. Trabalho no futebol há 22 anos, os últimos dez como treinador, e tive chances de dirigir equipes profissionais, mas por acreditar nessa filosofia, num planejamento de carreira, recusei vários convites. Em 2000, quando cheguei ao Bahia e assumi os juniores, tracei uma meta de em cinco anos começar a trabalhar no time de profissionais. Consegui, primeiro como auxiliar, e agora tendo a oportunidade de, mesmo que interinamente, se for o caso, treinar o time principal. Hoje, trabalho na intenção que tenho dois anos ainda para me fixar como treinador principal. Se será dentro do Bahia ou não, somente o tempo poderá dizer.

Mas reproduzindo o discurso da diretoria, o site oficial do clube diz que, se os resultados vierem, você pode ser efetivado. Isso o pressiona? Como você lidará com a obrigatoriedade de vencer e convencer?
Encaro minha situação da seguinte maneira: que tenho poucos cartuchos e preciso dar tiro certeiros. Então, tenho que ser ousado e responsável ao mesmo tempo, mas não posso arriscar demais. Entendo que o Bahia tem que saber se impor em campo, principalmente quando atua dentro de casa, com sua torcida. Precisa agredir e acuar o adversário durante todo o jogo.

Você falou da importância de jogar com a torcida, mas sua estréia será numa partida atípica, com portões fechados, num estádio fora de Salvador? Como você planeja montar a equipe para esse compromisso?
Não posso mudar radicalmente a forma do time atuar, nem trocar muitas peças, isso não será necessário, e seria até impossível, já que temos pouco tempo para treinar, mas acredito que os jogadores entenderão esta postura que espero da equipe em campo, e atuarão assim contra o Anapolina.

O próprio Hélio dos Anjos e o diretor de futebol Bobô já falavam no último domingo que uma das novidades do Bahia na estréia da Série B seria o retorno de Jair ao time titular. Você confirma?
Nos últimos três coletivos, o Jair foi o grande destaque, e só não atuou nas finais porque é um jogador que vem de duas cirurgias sérias, e estávamos seguindo um planejamento para aproveitá-lo de forma ideal, sem atropelar etapas. Agora acredito que ele tenha todas as condições de jogar, esta é a tendência.

Você chegou a falar com Hélio dos Anjos depois do jogo no Barradão?
Fui hoje (ontem) pela manhã à casa dele e conversamos por quase duas horas. Ele ficou feliz pela opção que o Bahia fez em me efetivar, e disse que esta seria sua atitude também se ele fosse o dirigente responsável. Me desejou boa sorte e se mostrou bem tranqüilo quanto a toda situação.

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