Catalanos vêm completos e de três triunfos fora

Embora fundado no mesmo ano em que o Bahia, sete meses e 13 dias depois, o Clube Recreativo Atlético Catalano é um completo desconhecido do torcedor soteropolitano. Mas acumula dois títulos estaduais, um em 1967 e outro em 2004, e é uma das grandes surpresas deste octogonal, ao lado do Barras/PI.

“É a nossa melhor fase, na história, a nível nacional”, destacou o gerente de futebol Roberto Silva, por telefone, na véspera da viagem. A delegação do “Leão do Sul” – apelido em referência à posição geográfica a que a cidade de Catalão possui em Goiás – desembarcou no início da tarde de ontem em Salvador. A concentração acontece no Hotel Sol Bahia, na Praia de Patamares.

Sem qualquer problema de ordem médica ou disciplinar, segundo informou o cartola, o Crac está cheio de moral. Dono da melhor campanha de toda a terceira fase da Série C, onde alcançou os 14 pontos, o azulino venceu nada menos do que os três adversários que teve pela frente, no Grupo 28, atuando como visitante.

Logo na estréia, deu 2 a 1 no Bragantino, no interior de São Paulo. Na seqüência, ainda iria aplicar 1 a 0 na Ulbra, dentro do Rio Grande do Sul, e impiedosos 5 a 0 no América do Rio, em pleno Giulite Coutinho.

Nas fases anteriores, classificou-se em chaves com Cacerense/MT, Atlético/GO e Ceilândia/DF; e Rio Claro/SP, Vila Nova/GO e Guarani/SP.

“Sessenta por cento da base do time vem do Campeonato Goiano”, conta o gerente Silva. A quinta colocação, perdendo no número de vitórias para o Itumbiara, foi suficiente para lhe garantir na Terceirona.

BAIANO – O principal destaque é o atacante Danilo Santos, 23 anos, baiano de Vitória da Conquista. Ele é o artilheiro do Leão, com seis gols, ao lado do companheiro Tico Mineiro.

Decisivo na campanha do acesso da equipe de sua terra natal à elite do futebol da Bahia, Danilo terminou emprestado. No primeiro semestre, não se firmou no Juventus de Santa Catarina.

O conterrâneo Hamilton seguiu às pressas rumo a Conquista para o enterro do pai. Sexta-feira, havia a suspeita de a morte ter sido por meningite.

Conhecido da Nação Tricolor há apenas um: o zagueiro Laerte, reserva na maior parte do tempo na campanha da “morte na praia” da temporada passada.

Durante a segunda fase da competição, o veterano gaúcho Nestor Simionato foi substituído pelo jovem treinador Wladimir Araújo. Hoje com 38 anos, o ex-zagueiro pendurou as chuteiras no Marília, em 2004. No MAC, atuou junto com o goleiro Márcio Angonese e o lateral-esquerdo Adilson, titulares de daqui a pouco do Esquadrão. No começo da temporada, comandou o beque Cléber Carioca e o atacante Neto Potiguar no Gama.

Em entrevistas a emissoras de rádio de Salvador, declarou ter certeza que o Crac vai recuperar o mando de campo retirado pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF). O Estádio Genervino da Fonseca não tem capacidade para 10 mil pessoas sentadas, conforme estipula o artigo 29 do regulamento, mas “um mutirão já começou na cidade para suprirmos esse problema”. A diferença em questão é inferior a 2 mil lugares.

Se as arquibancadas não forem temporárias, a exemplo das famosas “tubulares”, tudo bem. Não há nenhuma proibição da entidade. “A partir do momento em que o estádio – qualquer estádio – atinja a capacidade exigida, ele poderá ser utilizado. Não existe essa condição de ter iniciado ou não com os dez mil”, explica, por e-mail, o diretor de competições da CBF, Virgílio Elísio.

Chamada na região de “a cidade das flores” ou “a Atenas de Goiás”, Catalão tem população estimada em 71.680 habitantes (IBGE, 2006).

Matéria publicada originalmente, por esse mesmo autor, na edição deste domingo 14/10/2007 do suplemento A Tarde Esporte Clube

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