O calendário do futebol brasileiro deve ser alterado e adequado ao mesmo modelo utilizado na Europa, com jogos entre agosto de um ano e junho da temporada seguinte. A mudança foi definida nesta sexta-feira, após uma reunião em Brasília entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o mandatário da CBF, Ricardo Teixeira.
Pelo acordo, a CBF terá 30 dias para apresentar uma proposta ao Executivo. Porém, mesmo que o modelo seja rapidamente aprovado, o novo calendário poderá entrar em vigor apenas em 2012, já que os clubes precisam respeitar contratos comerciais e de transmissão firmados até 2011, fato que impede este tipo de mudança.
A discussão sobre a mudança no calendário tem a finalidade de evitar a saída de jogadores para campeonatos de outros países durante as competições no país. “No Brasil, no meio do campeonato, os melhores atletas por vezes saem do país”, disse o ministro do Esporte, Orlando Silva Jr.
“É um absurdo sermos o único país do mundo com o calendário diferente. Nós vivemos em um mundo globalizado. Se tivermos o mesmo calendário da Europa, não vamos ter esse problema de jogador saindo no meio do ano. Não vendemos jogador porque achamos bonito, mas sim porque temos compromissos para pagar. Com calendário igual ao europeu, só venderíamos quando o campeonato terminasse”, analisou Zezé Perrella, presidente do Cruzeiro. Leia outras opiniões.
Outro ponto debatido no encontro em Brasília foi o aperfeiçoamento da gestão dos clubes. O ministro do Esporte disse que é preciso criar uma espécie de lei de responsabilidade fiscal para os clubes, a exemplo do que ocorre hoje com a administração pública para limitar gastos. A finalidade é evitar o endividamento, realidade de parte dos clubes brasileiros.
“Seriam medidas para uma gestão mais profissional, enquadrar os orçamentos de modo a reduzir as dívidas dos clubes. Há dívidas trabalhistas, fiscais e bancárias enormes. É preciso reestruturar essas questões de modo a dar eficiência ao futebol”, disse Silva.
O ministro chegou a citar os altos salários dos jogadores como um dos motivos que levam os clubes a se endividarem. Perguntado se a saída seria reduzir salários e se a medida não levaria à perda de jogadores para times do exterior que oferecessem melhor remuneração, Orlando Silva disse que essa é uma discussão a ser feita entre clubes e atletas.
Uol Esporte
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