De Diego Adans, no jornal A Tarde desta quarta-feira:
`Boné, camisa, bermuda e sandália de marca. Relógio, óculos escuros e brinco na orelha completam o `style´ do meia Anderson Talisca. A tiracolo, a jovem promessa do Bahia desfila pela ruas de Salvador num carro avaliado em cerca de R$ 70 mil.
À primeira vista, trata-se de um perfil claro e habitual de um jogador de futebol cheio de marra, que deixou o sucesso subir à cabeça. Aos 19 anos, Talisca nega tal situação e descarta a imagem de mascarado.
Já passei por tantas dificuldades na vida… Aqueles que me conhecem sabem que não sou marrento. Só quero jogar meu futebol, com muita humildade, garante o meia, que revelou à reportagem o quão difícil foi sua infância até a chegada ao Esquadrão de Aço.
Nascido e criado na cidade de Feira de Santana, no bairro de Rua Nova, o meia é filho do casal Ivone e Augusto Carlos. Aos 5 anos, Talisca se deparou com o primeiro baque na vida: a separação dos pais.
Foi difícil, viu? Chorava que só. Quem não ficaria triste? Morei até os 11 anos em Feira, com meu pai e minha avó paterna (Ana), relembra. O destino, porém, pregaria outra peça ao camisa 8 tricolor.
Dos 11 aos 13 anos, morei com minha mãe em uma roça (de São José) perto de Feira de Santana. A situação era muito ruim. Minha mãe não tinha condições. Eu vivia à base de farinha, pão e suco. Passei fome mesmo. Nunca falei sobre isso porque sentia vergonha, conta ele, emocionado.
A chegada ao Bahia ocorreu aos 15 anos (2009), após rápida passagem pelo Vasco. No tricolor, o meia teve ascensão meteórica. Acumulou títulos estaduais na base e convocações para a seleção sub-20.
Início complicado
Porém, em seu primeiro ano como profissional no clube, Talisca reconhece: Não começou bem, principalmente por causa das eliminações na Copa do Nordeste e na Copa do Brasil, além da perda do título estadual.
Recebi vaias contra o Corinthians (dia 7). Foi difícil, mas entendo a torcida. O time não estava bem. Era normal criticarem. Souza e Lomba conversaram comigo naquele dia. Lembro até hoje. Falaram para eu não me abater, diz.
Agora, o cenário é outro o Bahia ocupa a sexta posição no Brasileiro , e a jovem promessa festeja a evolução do time. Para Talisca, a chegada de Cristóvão Borges foi decisiva.
O clima, agora, é diferente. O grupo está fechado, motivado. O professor conversa comigo quase todos os dias. É um pai pra mim. Ele me aconselha bastante. Diz para eu não deixar o sucesso subir à cabeça. Mas estou tranquilo quanto a isso , conta o meia, que deixa claro nas entrelinhas não sentir falta dos antecessores no cargo, Joel Santana e Jorginho.
Este último, por sua vez, chegou a criticar Talisca pela compra do seu Hyundai Veloster com o primeiro salário que ganhou como profissional. Achei errado ele dizer que eu era muito novo para ter o carro. Ele não tinha que se meter. Antes, ajudei minha família. Não gosto de falar isso, mas comprei casa pra minha mãe (em Itapuã) e apartamento pro meu pai (em Feira), explica ele, que mora na Praia do Flamengo com a namorada Ana Paula, 22 anos.
Curiosamente, a amada era torcedora rubro-negra. Era. Não é mais (risos). Vamos casar no ano que vem. Agora ela é tricolor de carteirinha, brinca.´
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