A possibilidade de o escândalo da `máfia do apito´ atingir a Série B do Campeonato Brasileiro se torna mais remota a cada dia. Nesta terça-feora, o procurador do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), Paulo Schmitt, explicou que não existem provas capazes de sustentar a decisão de anular os jogos apitados pelo árbitro Paulo José Danelon, acusado por Edilson Pereira de Carvalho como um dos fraudadores de resultados.
“É uma questão de se ter elementos suficientes para anularmos os jogos. Só que hoje eles não existem”, disse o procurador. “Na Série A, por exemplo, tínhamos os relatórios das comissões tanto da Justiça comum quanto da esportiva e o principal, um réu confesso, o senhor Edilson Pereira de Carvalho”.
De acordo com Schmitt, que é o responsável pela abertura de processos no órgão, as investigações sobre a atuação da “máfia do apito” na Série B estão prosseguindo em ambas as esferas da Justiça. Mas, até o momento, não houve nenhum indício que comprovasse a participação de algum juiz em interferência de resultado ou depoimento testemunhal capaz de fazê-lo.
Paulo José Danelon foi acusado por Edilson Carvalho de manipular quatro resultados da Série B: Paulista 4×0 Guarani, em 8 de maio; Portuguesa 0x4 Ituano, em 10 de junho; Ituano 2×1 Marília, em 13 de junho; e Guarani 2×1 Santo André, em 9 de julho.
A apuração sobre a suposta fraude se torna ainda mais necessária porque os três pontos obtidos pelo Paulista sobre o Guarani foram determinantes para que a equipe de Jundiaí não fosse rebaixada à Série C, assim como o time de Campinas prosseguisse na competição com o triunfo sobre o Santo André.
O procurador do STJD refutou a possibilidade de a Série B não estar recebendo a mesma atenção dispensada à Primeira Divisão. Ainda descartou a hipótese de paralisação da Segundona, já que poderia trazer mais prejuízos aos clubes. E, juridicamente, explicou que, hoje, qualquer decisão tomada em relação à B poderia ser anulada na Justiça comum, por falta de provas.
“Temos que ter realmente paciência porque não é nem desmerecimento de uma série em relação à outra. A questão é exatamente se chegar a fatos mais concretos, independentemente de ser A, B ou C”, frisou Schmitt. Em seguida, destacou que entende a preocupação dos clubes da segunda divisão, mas acrescentou que a única alternativa é esperar.
O procurador disse ainda que não há possibilidade de nenhum processo, neste momento, ser aberto no STJD para a anulação das partidas. “Vou despachar os recursos da Federação Baiana, do Bahia e do Vitória, no sentido de pedir que esperem os fatos serem esclarecidos. Não podemos fazer nada agora”.
Correio da Bahia (Adaptado)
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