Charles não aponta culpados, mas revela “covardes”

Treinador da equipe nas últimas partidas do torneio após a saída de Gilson Kleina, Charles Fabian abriu o jogo com a imprensa após a derrota que culminou com o rebaixamento do Bahia para a segunda divisão em 2015.

“Vou falar um negócio para vocês aqui. Na vida, numa forma em geral, você tem que se cercar de pessoas boas. Quando você se cerca de pessoais ruins, você acaba se contaminando em algumas situações, até involuntariamente as vezes”, iniciou o técnico.

“O que aprendi é… se você olhar para o banco do Bahia, tinham 18 relacionados. Sabe por que? Porque houve jogador que se encostou no departamento médico e resolveu não sair mais”, revelou.

“Jogador que a imprensa, a torcida pede e se esconde no departamento médico com vergonha de ser rebaixado. Isso aconteceu no Bahia. Jogador que não tem nada e disse que não queria jogar. Jogador que tem mais de 30 dias que disse que não ia mais, que ia cair. São covardes, o Bahia não merece esses caras. Não são todos”, disse sem mencionar os nomes.

Observação:

Segundo nota publicada no site oficial do clube, estavam afastados por contusão nesta semana os seguintes jogadores: Raylan, Kieza, Marco Aurélio, Maxi e Emanuel Biancuchi. Estes três últimos não entram em campo desde a derrota para o Palmeiras, há mais de trinta dias.

Maxi, principal contratação do clube em 2014 e Marco Aurélio o “10” genérico inventado após o fiasco Romagnoli, Sempre tiveram atuações abaixo da crítica e depois que Charles reassumiu o comando da equipe nunca mais foram escalados como titulares. Outros que sumiram ou foram afastados nesse período foram Léo Gago, Rafinha, Branquinho e Uelinton.

Charles pediu desculpas ao torcedor e disse que se sente triste pelo que aconteceu. Questionado sobre a mudança dele de interino para técnico apenas no fim do torneio, ele disse que certas determinações do clube não se podem julgar.

“É complicado você falar. É tomada de decisão. A diretoria só pode tomar uma decisão. Ou você contrata, ou você mantém. Às vezes a gente julgar uma decisão ou outra da diretoria, de um membro da comissão, dos jogadores, é muito difícil você julgar alguém”, explicou.

“Sempre respeitei. Vocês lembram que sempre me coloquei a disposição do clube para qualquer função. Mas infelizmente neste momento só tenho a pedir desculpas à torcida do Bahia. Ela não merece isso. Não merece o Bahia estar passando por esta situação. Me incluo nisso não só pela parte técnica, mas também como torcedor. O meu sentimento é o mesmo da torcida.”

Sobre a partida no Couto Pereira, o treinador elogiou os jogadores. “Fizemos um jogo muito bom, principalmente no primeiro tempo, com muita velocidade na saída de jogo. Conseguimos abrir dois a zero. Depois no segundo tempo eles diminuíram o placar.”

“O Coritiba não teve quase chance nenhuma. Numa infelicidade o cara chuta, desvia e faz o gol. O terceiro foi naquela situação desesperadora. Mas a gente tá de parabéns por ter feito um bom jogo, mas infelizmente não conseguimos”, lamentou.

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