De Leandro Silva, no jornal A Tarde deste domingo:
“O Ba-Vi de hoje não é o primeiro da carreira de Danilo Rios, mas marca a sua estréia defendendo as cores rubro-negras no maior clássico do Norte-Nordeste do País. Eu tô tranqüilo. Jogar o Ba-Vi sempre dá uma vontade a mais, diz o meia sobre a expectativa para o clássico.
Danilo se diz preparado para uma possível pressão dos antigos fãs. Alguns devem pegar um pouco no meu pé. Mas a maior parte acho que vai respeitar a minha mudança.
Mas a pressão não vem apenas da torcida do antigo clube. O maior problema para que muitos dos vira-casacas dêem certo no rival é a torcida do novo clube. Tá acontecendo isso com Moré. Alguns atletas que trocaram de clube não deram certo. Muitos jogaram nos dois, mas poucos conseguiram sucesso, diz o ex-goleiro Ronaldo Passos.
Ao contrário de Moré, Danilo Rios ainda não tem motivos para reclamar da recepção no novo clube. Eu estou gostando muito. Todo mundo na rua me trata muito bem, eu sempre respeitei a torcida do Vitória quando estava no Bahia e vou continuar respeitando, diz o meia.
Comemorar? Muitas vezes quando trocam de time, alguns jogadores prometem não comemorar um gol no clássico contra o antigo clube. Danilo não concorda com isso. Tem várias formas de comemorar. Depende muito do momento, mas lógico que eu vou comemorar, promete, se balançar as redes do Jóia da Princesa hoje.
O ex-xodó da torcida tricolor não é o primeiro nem será o último a mudar de lado nessa rivalidade. Já virou até clichê falar sobre essa migração, cada vez mais comum sempre defendida sob a bandeira do chamado profissionalismo.
Só no atual elenco rubro-negro, são cinco ex-jogadores do Bahia. Danilo Rios, Moré, Marcelo Silva, França e Carlos Alberto. Harley já foi embora. Sem falar no técnico Vadão, que comandou o Bahia durante todo o ano de 2004.
Vira-folhinha Já o Bahia tem apenas Pantico para contar histórias do outro lado. Ele se diz invicto no clássico, tendo atuado em dois Ba-Vis pelo Vitória, mas seu nome não aparece nas fichas técnicas. Realmente está invicto, mas com apenas uma partida no currículo. No primeiro clássico pelo Bahia, no Barradão, venceu por 2 a 0. E por pouco não balançou as redes quando acertou uma bola na trave que caprichosamente não entrou. A vontade de fazer o gol foi tanta que já saí para comemorar, diz o atacante baixinho.
Ele não teve uma passagem destacada pelo Vitória, apesar disso diz que muitos torcedores param para questionar porque ele não voltou para o clube rubro-negro.
Apesar de pregar respeito ao antigo clube, Pantico afirma que a identificação com a torcida e com o clube é muito maior agora no Bahia. As pessoas aqui me tratam muito bem, me dão total confiança e a torcida me aplaude, grita meu nome, eu me adaptei bem, conta o baixinho.
Dos atuais rubro-negros, Moré foi o grande destaque do Bahia no primeiro semestre do ano passado. Carlos Alberto vivia entre tapas e beijos com a torcida do clube, mas quando começou a se tornar unanimidade, trocou de lado. Marcelo Silva e França tiveram passagens discretas.
Não é fácil agradar a tricolores e rubro-negros
Hoje, ele estuda Direito e deve se formar no final do ano, mas há alguns anos ele foi responsável por alegrias e tristezas para os torcedores de Bahia e Vitória. É o goleiro Ronaldo Passos, que iniciou a carreira profissional em 1975, no Bahia, e encerrou em 1993, no Vitória. Fico feliz porque fiz parte de quatro gerações do futebol baiano. Desde Roberto Rebouças, em 1975, até Vampeta e Dida, em 1993, que jogam até hoje, diz o arqueiro.
Ele fez parte dos grupos que chegaram a três finais nacionais. Foi herói do título do Bahia em 1988, quando só não foi considerado o melhor jogador do campeonato para a revista Placar porque ficou de fora em boa parte dele por contusão. E ainda foi titular na campanha do vice-campeonato da Série B de 1992 pelo Vitória e reserva de Dida na campanha na Série A de 1993, quando o clube perdeu a final para o Palmeiras.
Depois de jogar no Bahia de 1975 a 1990, onde se tornou ídolo, Ronaldo passou para o Vitória nesse mesmo ano, ficando até 1993 e confessa que pensou que a reação da torcida rubro-negra poderia não ser das melhores.
Isso é natural. Principalmente num local que só tem dois clubes fortes. Mas no lado profissional, não se pode escolher as cores. Tem que procurar o melhor lugar para trabalhar, e eu me senti muito bem por lá, também.
Quando jogava no tricolor, Ronaldo se envolveu em vários conflitos em Ba-Vis com jogadores rubro-negros. Eu participava de todas as situações em que o interesse do clube estava em jogo. Se chegava às vias de fato, era conseqüência. Fui educado que desaforo tem que se deixar fora de casa, explica o goleiro.
Ele afirma que agia da mesma forma no Vitória e, por isso, conseguiu o respeito das duas torcidas. Sempre sou parado nas ruas por torcedores dos dois times. Principalmente, os mais antigos.
Ele foi um dos exemplos bem sucedidos por estar presente em momentos inesquecíveis para as duas torcidas, assim como o zagueiro João Marcelo e o volante Gil Sergipano, presentes nas duas finais da Série A.
Falando em conquistar o coração das duas torcidas, ninguém parece páreo para Osni. É difícil dizer qual das duas torcidas gosta mais do ex-atacante baixinho”.
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