De José Raimundo Silveira, no jornal A Tarde desta quinta:
“O inferno astral do Bahia parece não mais ter fim. Nos últimos anos, notícias positivas são cada vez mais raras no horizonte azul, vermelho e branco. Não bastassem o rebaixamento para a Terceira Divisão e o descrédito da própria torcida, o tricolor pode perder a sede de praia. Por conta de uma dívida trabalhista, o imóvel localizado na Boca do Rio está para ser leiloado.
A juíza Andrea Barbosa Mariani da Silveira, da 11ª Vara do Trabalho de Salvador, já proferiu sentença, marcando a data do leilão para o dia 27 de janeiro de 2006. O edital de praça será publicado em jornais na próxima terça-feira. A questão envolve Elcione Lopes de Souza, funcionário das categorias amadoras até 92, quando deixou o Fazendão. O Bahia lhe deve R$ 15.377,38 (documentos destacados ao lado).
Ele atuava como coordenador da divisão de base. Quando o superintendente Newton Mota foi para o Vitória, em 91, convidou Elcione para integrar sua equipe, mas ele continuou no Bahia por mais sete meses. Depois, decidiu aceitar o convite, mas o tricolor contestou algumas pendências financeiras e não pagou ao funcionário.
Então, em 27 de novembro de 92, Elcione entrou com uma ação na Justiça Trabalhista. Na primeira instância, a sentença favoreceu o clube. Mas o funcionário teve decisão positiva nas outras duas instâncias, irrecorrível, proferida pelo Tribunal Superior do Trabalho, em Brasília.
Ocorre que o Bahia protela o pagamento. Como o próprio tricolor havia indicado a sede de praia como bem penhorável, ficou decidido que o imóvel será leiloado. Não queria que a situação chegasse a esse ponto, porque sou Bahia. Mas o problema vem se arrastando há muitos anos, sem solução, pondera Elcione, que trabalha atualmente em um escritório de vendas, em Retirolândia.
O vice-presidente jurídico do Bahia, Ademir Ismerim, revelou surpresa com a notícia da ordem de leilão. Ele garante que o clube vai mobilizar esforços para evitar a perda da sede de praia. Acredito que não perderemos o imóvel. Antes que vá a leilão, chegaremos a um acordo com o ex-funcionário e pagaremos o débito. Só acho lamentável deixar chegar a isto.
O presidente Petrônio Barradas culpa Elcione pelo constrangimento. Segundo ele, há muito tempo o Bahia está disposto a saldar a pendência. O problema é que ele sumiu e ficamos sem ter como efetuar o pagamento. Agora, ele desarquivou o processo e criou esta situação. Claro que não perderemos a sede, assegura”.
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