Quem esperava um pacotão de medidas emergenciais pós-eliminação no primeiro turno do estadual terá que se contentar com a sobriedade da diretoria do Bahia mediante a situação. Após longa reunião na tarde de ontem, a análise da cúpula do futebol tricolor é de que o elenco tem qualidade, mas precisa ser reforçado, principalmente do meio para frente. Por isso, nada de dispensas em massa ou contratações apressadas.
A princípio, uma nova reformulação está descartada, mas o diretor de futebol Newton Mota admite que algumas negociações estão adiantadas e ao final dos estaduais, o Bahia pode receber alguns reforços. “Vamos contratar quatro ou cinco jogadores. Os campeonatos estão terminando em abril e teremos alguns reforços”, explicou Mota. Um deles deve ser o atacante Sorato, 37 anos, apalavrado com o clube e apenas à espera do término da participação da Cabofriense no Campeonato Carioca.
Mas os contatos não param por aí. Nos últimos dias, o observador técnico Aldo França tem viajado por estados como Ceará, Pernambuco, Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Rio Grande do Sul em busca de novos valores. O objetivo é colher informações mais detalhadas para não cometer os mesmos erros do início da temporada, quando 22 jogadores foram contratados e boa parte acabou na rua.
O presidente Petrônio Barradas e Newton Mota anunciaram um maior investimento para contratações e, principalmente, garantiram o técnico Charles Fabian no comando da equipe. “O Charles não tem culpa. Não é ele quem contrata no clube”, lembrou Mota. E completou: “Erramos em algumas contratações de forma que o elenco foi deficiente. Cabe a nós agora trabalhar para qualificar o time e colocá-lo em condições de disputar e ganhar o segundo turno”, disse, assumindo sua parcela de culpa.
A diretoria não quer cometer o mesmo erro da temporada passada, quando cinco técnicos passaram pelo clube em menos de um ano. Com o passar de bastão entre Hélio dos Anjos, Zetti, Jair Picerni, Carlos Amadeu e Procópio Cardoso, o Bahia acabou com o vice-campeonato baiano, eliminado na primeira fase da Copa do Brasil e rebaixado à Série C do Campeonato Brasileiro. A situação promete ser diferente para Charles e seus auxiliares. “Sabemos que não falta empenho. Todos se dedicam e muito. O Bahia não pecou por negligência”, analisou Mota.
Prestigiada, a comissão técnica aproveita as duas semanas de folga para aprimorar o entrosamento e a forma física do grupo. Os recém-chegados como Adelino, Da Silva e Didé serão submetidos a um intenso trabalho de recondicionamento com o preparador físico Luís Paulo Butamante para atingir melhor condição de jogo.
Correio da Bahia (Adaptado)
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