O texto abaixo é da Associação Bahia Livre, mais forte grupo de oposição do clube e que integra o Movimento Unidade Tricolor:
“O que o departamento de marketing chama de plano de marketing, mas que na verdade não passa de uma relação de ações, não demonstra consistência quando se trata do aumento do quadro social, aliás, este descaso com os sócios é pratica comum no modelo administrativo do Bahia já há muitos anos.
O motivo deste desinteresse em fortalecer o seu quadro social é o desejo insaciável da perpetuação no poder, mesmo que isto represente o declínio de uma instituição com as tradições do Esporte Clube Bahia. A falta de credibilidade a que chegou o Bi-campeão Brasileiro, outrora todo-poderoso do Nordeste, permite que jogadores sem a menor expressão simplesmente virem as costas e saiam do clube num total desrespeito à instituição.
Este eterno receio de que os sócios venham interromper esta perpetuação impede que o clube possa ter receitas financeiras com as mensalidades dos sócios. Vejamos abaixo como o clube prefere abrir mão de recursos do seu próprio quadro social a correr o risco de perder o poder.
Admitamos que o Bahia fizesse uma campanha para fortalecer o seu quadro de associados anistiando as dívidas impagáveis dos antigos sócios e buscasse novos sócios, oferecendo contrapartidas para quem mantivesse suas mensalidades em dia como ingressos gratuitos ou mais baratos, reservando uma parte do estádio com estrutura confortável na Fonte Nova, sorteios de brindes, disputa de pênaltis nos intervalos, além das promoções para o cartão fidelidade descritas no plano de marketing.
O Bahia tem, segundo algumas pesquisas, em torno de 5 milhões de torcedores. Digamos que, neste momento de crise profunda, apenas 0,1% ou 5.000 destes torcedores viessem a pagar em dia uma mensalidade de R$ 20,00. O Bahia arrecaria aí R$ 100.000,00/mês somente com os sócios.
Agora tomemos o mês de janeiro/06 como exemplo. O Bahia teve a seguinte arrecadação nos jogos contra Juazeiro, Camaçariense e Atlético na Fonte Nova, os quais é detentor da renda por ser o mandante: R$ 61.184,56, fruto de um total de 33.009 torcedores.
Ou seja, se todos 5.000 sócios comparecessem à Fonte Nova em todos os jogos, seriam 15.000 dos 33.009, e recebessem gratuitamente os seus ingressos, o Clube teria arrecadado R$ 133.380,99 ou 118% a mais do que arrecadou somente nas bilheterias.
Estima-se, já que não existe controle do quadro de associado no Clube, que o Bahia tenha hoje em torno 20.000 sócios, se apenas estes pagassem em dia, a arrecadação já seria de R$ 400.000,00. Poucos clubes brasileiros têm uma arrecadação mensal desta.
Portanto, assim como não enxergaram antes que a base do time estava nos juniores, preferindo trazer a famosa carreta de jogadores, continuam sem querer enxergar que o saneamento financeiro do Clube passa pelo fortalecimento do seu quadro de social”.
Leia também
ABL quer saber o paradeiro da reforma estatutária
Situação de vice-presidente é irregular, acusa ABL
comentários
Aviso: Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do ecbahia.com.
É vetada a inserção de comentários que violem a lei, a moral, os bons costumes ou direitos de terceiros.
O ecbahia.com poderá retirar, sem prévia notificação, comentários postados que não respeitem os critérios
impostos neste aviso ou que estejam fora do tema proposto.