Confira o interessante texto do jornalista Edson Almeida, nesta segunda-feira, para o site da rádio FM 104:
“NOSSA SORTE PASSA PELO RIO E BH
Ainda me restam umas migalhas de esperança: tenho ouvido, vez por outra, os papas da mídia falarem que, se o Flamengo e o Atlético/MG caírem para a segunda divisão, o melhor é não ter rebaixamento, com os campeões e vices das séries B e C subindo, porque é um direito adquirido, e os que ninguém deve cair de divisão. Então, seria a única fórmula de não se ter o Ba-Vi no fundo do poço, na ridícula arapuca em que se meteram.
O engraçado é que apenas o Vitória parece que se deu conta de que agora é um time de terceira. Começa a se reorganizar: contratou técnico, já foi buscar jogadores, já está até com plano de férias e de volta aos treinamentos, com data e tudo. O Bahia, não. Vive aquela mesma aflição dos últimos anos, com torcedores exaltados, pedindo que devolvam o grande bicampeão brasileiro, alguns desesperançados dizendo que é o fim de tudo e outros exagerados afirmando que é tudo muito fácil, chegando a afirmar que o clube vai ser campeão da Copa Brasil, campeão da Libertadores, campeão do mundo.
Brincadeira à parte, tenho o sentimento de que realmente o importante é se agilizar um plano para a época das vacas magras, que pode ser prolongada. Não me parece bom negócio o tipo de parceria que o Bahia está fazendo, pois, até agora, a notícia que se tem é que os meninos bons do Fazendão estão saindo e ainda vai ter que se esperar para ver se vem pra cá gente de talento a preço módico. Outra coisa: se com um grande clube do sul já é um negócio complicado, imaginem se forem feitas parcerias com outros integrantes da primeira divisão. É preciso, no mínimo, muito cuidado. Ao contrário do que muitos especialistas estão dizendo, nunca vi acerto de rico contra pobre beneficiar o que está com o pires na mão. Prefiro aguardar com muita reserva.
Mas o que quero mesmo lembrar é que a nossa sorte está na queda do Flamengo, porque o Atlético/MG, a esta altura parece irremediável. O Fla ainda tem a esperança da ajuda de árbitros e de outras coincidências. Os empates contra o Fluminense e Juventude já mostraram isso. Contra o Flu um pênalti cometido a dois metros fora da área; contra o Juventude um árbitro chamado de Rodrigo Martins Cintra (pode ser com S) foi um negócio encantador. Meteu tanto cartão nos caras do Sul que, o time de Caxias jogou o segundo tempo com menos dois jogadores.
Neste domingo, ouvi clamores de cronistas do sul, evocando Deus e o mundo para o Flamengo não cair. Até paulistas estão nesta cruzada: que o Fla é patrocinado pela maior estatal do Brasil, que tem 35 milhões de torcedores, que já conquistou mil e um títulos nacionais, que o país todo vai chorar lágrimas quentes e frias. Mas nem falaram no grande Atlético… Agora, é o seguinte: se em 35 jogos o Flamengo só ganhou oito, será que nos sete restantes vai ter peito para ganhar cinco? Acho que está aí o X da questão. Flamengo rebaixado fica tudo no que está, para se recomeçar, outra vez e de novo”.
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