Publicada pelo jornal A Tarde, a coluna “Gol de Placa” desta sexta-feira, escrita pelo articulista Oscar Paris, traz o seguinte texto:
“Afinal, além de história, Fazendão, sede de praia e uma gigantesca torcida, o que é que o Bahia tem? Sempre faço esta pergunta quando vejo dezenas de torcedores, de todas as idades, tentando associar-se ao clube.
Digo tentando porque nem sempre isto é possível. A burrocracia que impera no tricolor não permite que o Bahia tenha mais e mais filiados. Tal casuismo, flagrante em época de eleição, é um verdadeiro tiro no pé.
É o avesso do que fazem as maiores agremiações do mundo. Em vez de aglutinar forças na tentativa de salvar o moribundo, os donos da bola preferem o isolamento. Escorados em um estatuto arcaico, manobram contra qualquer tentativa de mudança.
E estou falando de um clube que atravessa a pior crise de sua história. Crise política, econômica e técnica. Refiro-me a um time que passou dois anos na Segunda Divisão antes da degola para a terceirona. Sendo assim, o que é que o Bahia tem?
Quanto mais afunda, mais a oposição se agiganta. Nomes reconhecidos em diversas áreas, da medicina à política, reforçam o coro dos insatisfeitos. Empresários e jornalistas fazem sombra aos encastelados no poder. Bem, antes tarde do que nunca.
Por outro lado, aqueles que roem o osso há décadas e que são responsáveis diretos pelo apequenamento tricolor, não entregam a galinha dos ovos de ouro de jeito nenhum. Mesmo sem os ovos, não abrem mão da penosa.
Volto a perguntar: o que é que o Bahia tem a oferecer? Numa crise de otimismo, diria que, na melhor das hipóteses, a garantia de pelo menos dois anos de sofrimento antes de retornar à elite do futebol brasileiro. Quem sabe, neste ínterim, não recupera a hegemonia do futebol baiano.
Não esqueça, estou falando de uma brutal crise de otimismo. Daquelas que não curam nem com reza braba. Voltamos ao ponto de partida. Então, o que é que o Bahia tem?
Não sei, mas uma coisa eu prometo, leitor. O dia que descobrir revelo o segredo. Mas com uma condição: só conto se você jurar que não conta para ninguém. Tudo em nome da tradição e dos bons costumes.
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