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Confira detalhes sobre a venda da sede de praia

Notícia
Historico
Publicada em 31 de julho de 2008 às 15:49 por Da Redação

De Nelson Barros Neto, no jornal A Tarde desta quinta-feira:

“Alvo de um sem número de críticas desde o ano passado, o novo Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU) soteropolitano quase que caiu dos céus para a diretoria tricolor. Junto com o aumento do gabarito da orla, veio uma invejável valorização de seu terreno à beira da praia, na Boca do Rio. Pela primeira vez na história, o clube manifestou interesse em se desfazer da sede social.

As especulações já se arrastavam desde a mudança na lei, em fevereiro, e ganharam corpo na última reunião do Conselho Deliberativo azul, vermelho e branco, dia 21 de julho. O propósito do encontro era aprovar pontos do acerto pós-invasão do Fazendão, um mês antes, mas “no apagar das luzes” – como se diz entre os boleiros – surgiu a novidade.

Presidente do Conselho e responsável pela manutenção da sede, o também diretor de Futebol Ruy Accioly entrou em cena. “Pedi autorização para se criar uma comissão de seis a oito pessoas, com representantes de vários segmentos do Bahia, inclusive oposição e torcidas organizadas, para realizar um levantamento de preços sobre quanto, agora, está custando o local”, explicou, acrescentando que o grupo ainda não foi definido. “O objetivo é conseguir pelo menos três estudos, dentre eles, um da Caixa Econômica Federal”.

Estimado em R$ 8 milhões, o terreno – de 29 mil m² – teria praticamente quadruplicado, segundo as avaliações iniciais. “Tem gente que diz que é o metro quadrado, ali, está valendo R$ 1 mil. Outros, até mesmo R$ 1,5 mil. Precisamos ver isso para depois levantar todos os débitos, e ver o que sobraria numa venda futura”, completa Accioly, admitindo que o patrimônio foi colocado como garantia em algumas dívidas trabalhistas, além de não estar em dia com o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU). “Hoje em dia, dos clubes sociais, só o Yacht Clube da Bahia não tem débito de IPTU por aqui”.

MARINHA – O passo seguinte seria abrir um Edital de Convocação, “aberto ao público, publicado em jornal e dando todos os caracteres da sede”. Em seguida, finalmente de posse das propostas, levar ao Conselho e Assembléia Geral para votação.

Informações de dentro do próprio Esquadrão de Aço dão conta de que já existiriam duas construtoras interessadas, com ofertas na casa dos R$ 25 milhões. O interlocutor pede anonimato, assim como quem a considera “absolutamente ínfima”. “Ali, graças ao PDDU, é, no mínimo, R$ 45 milhões. O Bahia não pode se seduzir por qualquer coisa”, afirma, com a autoridade de ter acabado de visitar o local.

Gerente de Vendas de imóveis usados da Ponto 4 Imobiliária, uma das três maiores de Salvador, Nilson Costa preferiu não opinar exatamente sobre o caso, mas admitiu a excelente valorização. “Disso, não há dúvidas. Tenho terrenos em Patamares, que antes não valiam R$ 300 o metro quadrado e, agora, foram para R$ 800… R$ 1 mil”. Os pareceres das empresas Lopes e Brito & Amoedo não chegaram até o fechamento da matéria.

Costa, entretanto, ressaltou ter dúvidas de se os benefícios da lei alcançariam a sede tricolor, “por estado do lado do mar”. “Não sou um profundo conhecedor do Plano Diretor, mas me parece que há implicações em situações assim”. Coordenador da Secretaria Municipal de Planejamento (Seplan), Fernando Teixeira rebate. “Não tem problemas, basta que o projeto atenda aos parâmetros da legislação. Ali, é uma faixa de área da Marinha, mas isso também não me parece ser um fator complicador, por já existir construção no local”.

Com o aumento do gabarito da orla, pode-se levantar empreendimentos com até 18 pavimentos, ou 54 metros de altura.

Rival negociou a sua por R$ 8 mi

Além de não pagar nada que fosse herança da gestão anterior, a outra grande arma do Vitória para os dois acessos consecutivos no futebol brasileiro – amparado em salários sempre em dia – foi a venda de sua sede social, em 2006, na Praia de Armação.

Dos R$ 8 milhões arrecadados na época, descontadas as verbas de IPTU e de comissão para o corretor, sobraram cerca de R$ 6,9 milhões, segundo informa Jorge Sampaio, presidente rubro-negro, certamente lamentando, agora, a história do novo Plano Diretor Urbano.

O Bahia comemora a valorização repentina. Pretende arrecadar bem mais que o arqui-rival. Porém, apesar da perspectiva de entrada de recursos para os combalidos cofres tricolores, oposicionistas receiam de que os valores não sejam devidamente aplicados no clube. Não raro se encontra quem concorde com a negociação, mas reclame do contexto da história.

MAIS UMA – Diretores do Bahia vislumbram ótima chance para se investir pesado no futebol. E ainda reformar o Fazendão.

Desportistas de Salvador, todavia, criticam a perda de mais um equipamento na cidade, que fará falta, principalmente, aos praticantes da natação. Na sede azul, vermelha e branca há uma das únicas piscinas olímpicas do Estado. “Já não podemos contar mais com o Clube Português. Assim, fica difícil”, disse o jovem nadador Élcio Soares, do Baneb.

O detalhe é que são três as inscrições do local na prefeitura, tendo em vista as construções em seqüência, desde a década de 1960. Não por acaso, os boletos diferentes quando da cobrança de impostos ao tricolor.

Construção ocorreu em três etapas

A Sede de Praia Paulo Maracajá foi levantada com recursos do “Bolo Tricolor”, uma espécie de loteria implantada na administração do ex-presidente Osório Villas-Bôas, na década de 60. O Bolo era administrado pelo juiz Pedro Pascásio, também ex-presidente. A arrecadação era controlada fora da gestão do futebol e investida, exclusivamente, no patrimônio.

Depois da conquista do Brasileiro de 1988, o então presidente Maracajá, junto com o vice de Patrimônio, Antônio Pithon, construiu a piscina. O espaço chegou a ser bem freqüentado, havia bailes de Carnaval, mas caiu em decadência ao lado dos demais clubes sociais.

A sede está localizada na orla e dispõe de razoável infra-estrutura de lazer. Atualmente administrada pelo superintendente Ruy Acioly, é equipada com piscina olímpica, campos de futebol society, quadra poliesportiva, ginásio de esportes e bares. As mais recentes intervenções ocorreram na Era Marcelo Guimarães, graças à parceria com a iniciativa privada e à construção da casa de shows Espetáculo, dos empresários Jorge Roque, Paulo Vital, Ademir Ismerim e Eduardo Augusto”.

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