Conheça a belíssima trajetória de Bobô

Em seu primeiro ano como técnico de futebol, Raimundo Nonato Tavares da Silva, 39 anos, sentiu, neste domingo, o “gostinho” de ser campeão como treinador. Nascido em Senhor do Bonfim (interior da Bahia), Bobô chegou ao Tricolor em 1986, vindo como um garoto promissor da Catuense.

Um ano antes de sua chegada, o Esquadrão de Aço tinha perdido o Baianão para o rival, após o tetracampeonato de 80 a 84. Assim, movido pelo lema “Nascido para Vencer”, o então presidente Paulo Maracajá, tomou as providências iniciais para montar o elenco de 86 de forma prosaica.

Ainda no reveillon em sua casa de Pedras do Rio (41 km de Salvador), trocou o copo de uísque de mão e fez um telefonema. Eram 5h30min da manhã e, dez depois, fechava-se o maior negócio do futebol baiano em todos os tempos. Por 1,4 milhão de cruzados, comprara o ponta-de-lança Bobô e o lateral-direito Zanata, ambos da Catuense. Em seguida, mais 9 jogadores foram contratados e o Bahia recuperou a hegemonia estadual, sagrando-se Campeão Baiano.

A partir daí, aconteceu o que todos já sabemos. Com suas atuações brilhantes, gols, e sua elegância sutil (que mais tarde seria homenageada numa música de Caetano Veloso), ele conquistou a simpatia e a admiração da Nação Tricolor. Mas Bobô entrou de vez no coração de cada torcedor, na inesquecível campanha do Bicampeonato Brasileiro 88/89, liderando aquele ótimo time como capitão.

Após rodar em alguns grandes clubes brasileiros, terminou sua carreira em 97, novamente no Bahia. Anos depois, assumiu a divisão de base do clube e restrurou-a muito bem. Com a saída repentina de Evaristo de Macedo no início deste ano, tornou-se treinador um ano antes do planejado.

Corajoso, aceitou o desafio e resolveu se aventurar como técnico de futebol. Depois de cinco meses no novo cargo, seu desempenho não poderia ser melhor. Em sua primeira competição, Bobô já se sagrou campeão.

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