O torcedor pode até não se lembrar, mas além do 458º aniversário da capital baiana, comemora nesta quinta-feira exatos 47 anos do primeiro título nacional do Esquadrão de Aço. Foi no dia 29 de março de 1960, numa noite chuvosa, que Bahia e Santos decidiram a partir das 21h10 a I Taça Brasil.
O Tricolor – que terminaria vencendo por 3 a 1 em pleno Maracanã – começou perdendo. O alvinegro Coutinho abriu o placar aos 27 minutos, mas Vicente (com um petardo no ângulo), Léo (no rebote de um escanteio) e Alencar (driblando o goleiro) fecharam o caixão do Peixe.
“Bahia, primeiro Campeão Brasileiro de todos os tempos – como escreveu Ricardo Serran, em O Globo. Um título único, inédito, de uma importância sem igual. Uma odisséia fantástica do Esporte Clube Bahia, desacreditado no começo da jornada, vitorioso inconteste no Rio de Janeiro, no templo do futebol, contra o maior time do mundo de todos os tempos”.
O trecho se encontra no livro Bahia – Esporte Clube da Felicidade, do jornalista e colunista do ecbahia.com.br, Nestor Mendes Jr. Na mesma página (73) vale reproduzir o seguinte fragmento:
“Encerradas as transmissões de rádio, o povo saiu às ruas num verdadeiro carnaval. A Bahia entra em festa por todo o mês de abril, cujo ponto alto é o sábado, dia 2, quando, mais uma vez, a multidão abarrota as dependências do Aeroporto de Santo Amaro de Ipitanga para esperar a chegada dos heróis, depois de abortada a idéia de ser fazer dois jogos amistosos em Belo Horizonte.
Às 13h30, quando se abriu a porta do PP-LER do Lóide Área, foi uma apoteose. Os jogadores foram carregados nos braços até os `jeeps´ cedidos pela Petrobrás para o desfile. Às 15 horas, a Banda do Corpo de Bombeiros abriu o desfile, puxando centenas de automóveis e ônibus. Paradas em Itapuã, onde moravam Biriba e Léo, nas sedes do Botafogo – que hasteou a bandeira do Bahia – e do Ypiranga; no Palácio da Aclamação, no Campo Grande, para a homenagem do governador Jutahy Magalhães; e na Praça da Sé, para a saudação do prefeito Heitor Dias, ponto final do delírio da torcida tricolor”.
E vale dizer que a coincidência de data com o aniversário de Salvador foi realmente um acaso do destino. A decisão estava marcada para o dia 6 de janeiro de 1960, mas acabou adiada porque o Santos jogaria, pelas finais do Campeonato Paulista, nos dias 5, 7 e 9 e tinha uma excursão programada à Europa. Bahia e Santos iriam também ceder seus jogadores para o Campeonato Brasileiro de Seleções, encerrado em 14 de fevereiro.
O Esquadrão de Aço se torna, assim, o primeiro clube brasileiro a disputar a Taça Libertadores da América. Seria a primeira de três oportunidades.
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