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Contador avalia contas e chega a falar em falência

Notícia
Historico
Publicada em 4 de outubro de 2009 às 14:37 por Da Redação

De Nelson Barros Neto, no jornal A Tarde deste domingo:

“Mal dentro de campo, o Esquadrão de Aço também preocupa fora dele. ”Misericórdia!”, exclamou o especialista em contabilidade gerencial procurado pelo ATEC, André Brito Santos, ao tomar conhecimento da prestação de contas do clube.

Os números do segundo trimestre saem até o final desta semana, mas os do primeiro – divulgados ainda em junho – servem para o diretor do curso da Universidade Católica do Salvador (UCSal) temer pelo destino tricolor. “Se não reduzir custos ou aumentar receitas, desculpe o termo, estará indo para o fundo do poço. A tendência, pelo documento, é de uma futura falência”.

Santos explica que, para cada real que o Bahia deve nos próximos 12 meses, só teria 47 centavos para pagar. Situação que se complica ainda mais quando se fala além do período, com apenas 4 centavos de compensação. “Se fechasse hoje, não conseguiria quitar os débitos que tem”.

O ativo de R$ 4.534.430, somando verbas de bancos, TV e outras contas a receber, ficou longe do passivo de R$ 9.661.385, computando-se fornecedores, empréstimos, salários e impostos. E isso a curto prazo, porque a longo o prejuízo passa dos R$ 10 milhões.

“Também me chamou atenção a dependência pela receita de bilheteria, mais de dez vezes o que ele recebe de publicidade. Numa empresa saudável, deveria se equilibrar um pouco mais”, acrescentou o professor.

Uma das principais alegações oficiais é de que a desapropriação da sede de praia, estimada em R$ 28 milhões, pode ajudar a salvar a lavoura. Santos, todavia, lembra que o dinheiro não será em espécie, mas sob a roupagem dos transcons, crédito imobiliário repassado pela prefeitura. “No futuro, ele poderá converter isso em bens, mas precisará que estes gerem renda. Caso contrário, a situação vai pegar do mesmo jeito”, completa.

EXPLICAÇÕES – Presidente tricolor, Marcelo Guimarães Filho admite as dificuldades, sobretudo pela ‘herança’ do antecessor Petrônio Barradas. “Só de dívida com o Clube dos Treze, de recursos antecipados, já entrei devendo R$ 3,7 milhões”, explica. De maneira inédita, revela a encomenda de uma auditoria nas contas, a ser divulgada em dezembro.

Mesmo assim, garante estar colocando o clube no caminho. Conta ter fechado importantes acordos trabalhistas, além do da própria sede. “A situação fiscal, hoje, é bastante positiva”.

A desativação do Bahia S/A, cujo patrimônio líquido chegou a ultrapassar os R$ 45 milhões, conforme dados da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), seria outra importante arma. “Com a troca da empresa pelo clube na Timemania, não necessitamos mais complementar a verba junto à Receita e agora o repasse vem de modo direto”.

O excesso de contratações também é rebatido. “Acho que se não tivéssemos nos equivocado, a coisa estaria dando certo em campo. Mas não tínhamos uma base. Montamos o time a partir de 15 de dezembro, trouxemos jogadores bem avaliados até pela torcida, mas aí veio o segundo motivo: o investimento individual foi bom, só que eles não funcionaram coletivamente. A velha história de que contratar é um risco”, argumenta.

Segundo ele, o desperdício da enorme evolução na venda de ingressos, em comparação a 2008, é tão incompreensível quanto o fato de que, mesmo devendo três meses de salários aos atletas – e cinco aos funcionários – aquele time “deu liga”, e este não. Como contraponto, ressalta as melhorias no Fazendão.

“Gastei em torno de R$ 1 milhão no CT, que ganhou academia nova, salas de fisiologia e fisioterapia e os três campos recuperados. Recuperamos as instalações da cozinha e de todos os dormitórios. Vamos colher o fruto desse investimento lá na frente”, confia. Desta vez, ainda haveria tempo para preparar desde cedo a temporada seguinte”.

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