A interessante e esclarecedora matéria abaixo é de André Uzêda, no jornal A Tarde:
`A cláusula 12.3 (denominada de melhores esforços), presente no contrato de concessão administrativa da Arena Fonte Nova, é a responsável direta pelo impedimento de o Bahia continuar jogando em Pituaçu após a inauguração do novo estádio – previsto para estrear em março do ano que vem. O contrato foi assinado em janeiro de 2010, entre governo e consórcio OAS/Odebrecht.
O documento, no trecho destacado, versa que “o poder concedente (governo) compromete-se a envidar seus melhores esforços para que as partidas de futebol oficiais dos maiores clubes do estado, notadamente Bahia e Vitória, sejam realizadas no Estádio da Fonte Nova (…) Para dar efetividade a essa cláusula, fica desde já estabelecido que o Poder Concedente não permitirá a realização de jogos oficiais no Estádio de Pituaçu, salvo indisponibilidade justificada da Arena”.
No início deste mês, a Sudesb (Superintendência dos Desportos da Bahia), autarquia que gere Pituaçu, emitiu um documento destinado à Federação Baiana de Futebol (FBF) e também à Confederação Brasileira de Futebol (CBF), informando que o espaço não estaria disponível para o calendário de competições das duas entidades.
“Apenas oficializamos isso, mas já é um entendimento contratual antigo. Até março, Pituaçu estará funcionando normalmente, com o Bahia podendo mandar os jogos do Nordestão lá. Depois disso, não mais”, ratifica o ex-jogador Bobô, superintendente da Sudesb.
Na última quinta, por meio de nota, o presidente do Bahia, Marcelo Guimarães Filho, afirmou que, mesmo com desejo de celebrar acordo, o tricolor ainda não havia fechado contrato com a direção da Fonte Nova, e que caso não haja uma negociação, espera que Pituaçu esteja disponível para o Bahia. O cartola finaliza argumentando: “Não acredito que o Estado vai tirar Pituaçu do Bahia”. Procurado pela reportagem para comentar especificamente sobre a cláusula impeditiva, o presidente do Bahia não foi localizado.
Na época do lançamento da licitação para a construção do novo estádio da Fonte Nova, um estudo econômico-financeiro projetou um mínimo de 28 partidas, tanto de Bahia quanto de Vitória, ao longo da temporada para dar viabilidade à praça esportiva de Nazaré. Cabendo, porém, ao consórcio construtor acordar com os clubes a vinda destas equipes para a nova praça – contando com os “melhores esforços” do governo.
Maratona de jogos – Mesmo com a proximidade de virar um estádio secundário em Salvador, Pituaçu, segundo Bobô, continuará “recebendo uma maratona de jogos”. “Vamos ter muitos jogos privados, encontros religiosos e jogos da Federação Baiana (sub-15, sub-17, sub-20), além de jogos de Ypiranga e Galícia, pela Segunda Divisão”, garante o superintendente. O custo mensal de manutenção de Pituaçu é de cerca de R$ 130 mil. O Bahia paga a quantia de cerca de R$ 20 mil pelo aluguel de cada jogo.`
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