De Daniel Dórea, na edição deste domingo do jornal A Tarde:
“Vivendo seu pior momento em toda a história, o Bahia iniciou o ano de 2006 pensando em como se reerguer diante da seguinte realidade: o time disputaria pela primeira vez a Série C do Campeonato Brasileiro.
Antes da disputa profissional, porém, um alento para os sofridos corações tricolores. Na Copa São Paulo de juniores, garotos jovens e talentosos faziam bonito como nunca antes em todas as edições da competição.
Eram várias as promessas de dias melhores: aos 17 anos, o meia Danilo Rios encantava com muita visão de jogo e categoria e o lateral-esquerdo Ávine esbanjava fôlego e habilidade. Um pouco mais maduros, o atacante Bruno César e o meia Rafael Bastos completavam o time que só foi eliminado na quartas.
A campanha foi semelhante no ano seguinte. O tricolor caiu na mesma fase, mas com outros destaques: o atacante Anselmo Ramon, terceiro colocado na tábua de artilheiros, o meia Ananias e o zagueiro Eduardo, que na ocasião atuou como volante, fizeram a diferença.
Apesar da safra de qualidade, nenhum dos jogadores repetiu o sucesso na mesma proporção quando subiu para o profissional. É isso que o Bahia quer mudar a partir deste domingo, às 15 horas, quando a equipe sub-18 do Esquadrão estreia na Copinha, diante do Porto de Caruaru.
Daqueles times de 2006 e 2007, o profissional pouco se beneficiou. Anselmo Ramon foi vendido barato antes mesmo de estrear no time de cima e Bruno César fez apenas uns golzinhos no Baianão antes de fugir para o São Paulo.
Danilo Rios surgiu como esperança de ser o camisa 10 que há muito não se via no Bahia, mas o talentoso meia nunca se firmou. Atualmente, vaga por times medianos sem conseguir se destacar. A mesma situação vive Rafael Bastos, titular na campanha fracassada da Série C de 2006.
O volante Marcone até hoje não achou seu espaço definitivo e o meia Ananias, apesar de decisivo na fuga da Série C em 2009, está longe de cair nas graças da torcida. Eduardo, vendido por R$ 1 milhão, até chegou a fazer boas partidas no Botafogo, mas foi dispensado por indisciplina. Ávine, devolvido pelo Santo André também por farrear, voltou, mas procura outro destino.
Falta meia – Já em São Paulo, o time atual treinou no sábado e está definido para o confronto diante do Porto neste domingo, 3, às 15h (horário da Bahia). Sérgio Moura escala Domingos, Lucas, Renê, Danilo e Jairinho; Lenine, Robinho, Madson e Breno; Carlos Roberto e Wilson Júnior.
O treinador, que era coordenador técnico em 2007, admite que o time da época tinha muito mais qualidade. A realidade agora é diferente. Assumimos em janeiro e uma equipe júnior não se muda de uma hora para outra. Tem que ser o reflexo de um trabalho de base, afirmou.
Segundo ele, 80% dos atletas que disputaram a última Copinha não estão mais no Bahia. A base da equipe é formada pelos juvenis que perderam o Estadual da categoria para o Vitória. Nos juniores, o desempenho foi ainda pior. Eliminação nas quartas, diante do Flu de Feira.
Diante de tudo isso, Sérgio Moura conclui: Nosso grupo não é o ideal, falta um grande meia. Mas o time é competitivo e podemos chegar.”
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