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Crônica de uma morte mais do que anunciada. Veja!

Notícia
Historico
Publicada em 16 de dezembro de 2003 às 23:08 por Da Redação

Leia abaixo, retirado do jornal A Tarde da última segunda-feira, um texto do jornalista Paulo Leandro. Vale a pena conferir:

“TRIIIIIIIIIIISTE BAHIA

Ó quão dessemelhante! Gregório de Mattos, o Boca de Brasa, poderia declamar para contrastar a época de glórias e o lamento de hoje. São muitos motivos para se acreditar que o Bahia cavou a própria sepultura. A crônica do suicídio de um clube e uma queda anunciada

O alarme já havia sido acionado. O Bahia foi quase rebaixado em 2002. Nonato, o artilheiro rebelde, foi quem salvou, na última rodada, na vitória sobre a Portuguesa, por 4×2 em Mogi Mirim, interior paulista.

O sinal era nítido. O time merecia reforços de qualidade porque o Brasileiro de 2003 seria ainda mais longo e difícil. Mas o Bahia fez o percurso contrário. Foi o Bahia mesmo quem se rebaixou pela segunda vez em sete anos.

Uma história sofrida com o agravante de ter voltado à Primeira Divisão pela janela, depois de tentar sem conseguir pela via esportiva. O Bahia teimou em se valer apenas da mística da gloriosa camisa que jogava sozinha. Mas os tempos são outros.

O Bahia começou a cair desde que começou a sofrer com erros sucessivos da zaga, graças à saída da dupla de Jeans, Witte e Elias.

Desde então, embora a torcida venha apontando os erros, não houve investimento dos gestores do clube-empresa na aquisição de um jogador de desempenho ao menos regular para o setor, decisivo para um time.

A direção do clube também vacilou ao emprestar um jogador de alta qualidade como o lateral Daniel ao Sevilha. Um dos melhores de sua posição na Espanha, Daniel já atrai a cobiça do super-Real Madri.

Cortesia – Além de ter ficado sem seu ótimo lateral-direito, o Bahia está ameaçado de receber apenas US$ 1,4 milhão, passe estipulado por um jogador que hoje valeria pelo menos o triplo. Na esquerda, perdeu Calisto.

No ataque, o Bahia esteve bem servido até que dispensou dois dos principais artilheiros. Robgol foi destaque na Libertadores e no Brasileiro pelo Paysandu. Sérgio Alves, mesmo com gol de bicicleta e tudo, foi descartado.

Didi até que fez umas gracinhas, mas o que dizer de Cláudio, ex-Vitória, goleador em jejum total no Brasileiro? Fenômeno de insistência em contraste com a exigência básica para um jogador de ataque: balançar rede.

Nada perto do espantoso caso de Nonato, herói da salvação de 2002. De festejado carrasco em Ba-Vis à reserva indesejado, o artilheiro sumiu em momentos decisivos e sua ausência ajudou a manter o rumo da degola sem chance de reversão.

No meio de campo, a direção achou por bem dispensar Bebeto e Ramalho, alegando “altos salários”.

Sem seus anjos-da-guarda, a defesa, que já era generosa, passou a receber os atacantes com uma cortesia bem ilustrada pelos 92 gols sofridos, pior desempenho entre times de Primeira Divisão no mundo.

Fez tudo – Capixaba também faz falta. No São Caetano, um dos times de melhor campanha, ele foi um dos jogadores mais úteis. A meia direita passou a ser freqüentada por ex-volantes. Preto e Jair, deslocados, tentaram preencher este setor.

No momento em que rompia com o presidente Marcelo Guimarães, o conselheiro Paulo Maracajá, ex-homem-forte do Bahia, se gabava de ter trazido para o clube jogadores como Adriano e Paulo Sérgio. Mas Geraldo, bom de bola, não ficou.

Um caminhão de contratações erradas, como as que orgulhavam Maracajá fizeram a alegria de empresários e procuradores de bondes, como são chamados jogadores sem chance nos grandes times do Sudeste e que eram importados com frequência no passado.

O triste Bahia desta temporada resgatou esta prática que já havia sido abolida e substituída pela saudável revelação de jogadores. Arlindo, Adeildo e Guto foram considerados mais importantes que Daniel.

O técnico Evaristo de Macedo ainda tentou arrumar a casa, mas preferiu deixar o clube. E Macedo previu, antes de sair: “Este time vai cair”. Caiu mesmo, mestre. Fez tudo pra isso.

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