De virada, Tricolor de Aço espanta tabu

De Daniel Dórea, no jornal A Tarde desta sexta-feira:

“Ele apareceu de novo, não com a mesma importância do jogo contra o Fast, pela terceira fase da última Série C, mas mostrando novamente seu incrível faro para gols decisivos.

O jogo entre Bahia e Juazeiro, em Camaçari, pela primeira rodada do Campeonato Estadual, estava enrolado no 1 a 1 e caminhava para o final.

O tricolor martelava, mas não conseguia desempatar a partida. Porém, aos 30 minutos do segundo tempo, o técnico Paulo Comelli, que já tinha colocado Neto Potiguar e Deon em campo, resolveu usar sua última cartada: o atacante Charles. Ele ficou quietinho, sem ninguém notar sua presença, até que, aos 34 minutos, o lateral-direito Carlos Alberto – o melhor em campo – cruzou na medida e ele botou a cabeça iluminada na bola.

Ela passou caprichosamente por entre as pernas do goleiro Ari e balançou a rede, fazendo a torcida tricolor ir à loucura. O gol ainda animou o garoto Deon a arriscar de fora da área e contar com a falha inacreditável do arqueiro juazeirense.

Placar final: 3 a 1 e o Bahia vira o líder do campeonato. Antes de tudo isso, os 1.914 que compareceram ao Estádio Armando Oliveira viram um domínio total do Esquadrão de Aço, mas uma incompetência total dos atacantes de transformar a superioridade em gols.

Logo aos dois minutos da etapa inicial, o atacante Françuely arriscou de longe e abriu o placar para o Juazeiro. Darci estava adiantado e experimentou as primeiras vaias da galera tricolor no ano. O Bahia reagiu e colocou duas bolas na trave, com Carlos Alberto e Pantico, mas o empate só foi sair aos 46 minutos.

Depois de um cruzamento na área de Carlos Alberto, Alison ajeitou e a bola sobrou para Rogério tocar para o gol vazio. No intervalo, o técnico tricolor, Paulo Comelli, reclamou das chances perdidas, mas a história continuou a mesma na etapa final.

Pantico voltou a acertar a trave e Fausto perdeu chance inacreditável. Os gols de Charles e Deon só vieram após a expulsão do lateral-direito Dedé, do Juazeiro. Poucos minutos antes do final do jogo, a torcida tricolor avistou o presidente Petrônio Barradas nos camarotes do Armando Oliveira e não perdoou: “Petrônio, vá se f… o meu Bahia não precisa de você”, gritavam ensandecidos os torcedores.

Bahia: Darci, Alison, Rogério e Eduardo; Carlos Alberto, Fausto, Emerson Cris (Neto Potiguar), Rivaldo (Charles) e Adilson; Jorginho (Deon) e Pantico. Técnico: Paulo Comelli.

Juazeiro: Ari, Dedé, Carlinhos, Toni (Berg) e André; Márcio Silva, Júnior Oliveira, Murilo e Juninho Paraíba; Mauro Sairé (Vitor) e Françuely (Madson). Técnico: Célio Gonçalves.