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Democracia engavetada

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Historico
Publicada em 17 de maio de 2007 às 00:12 por Da Redação

Janeiro de 1984. Gritando por “Diretas Já!”, cerca de 300 mil lotam o centro de São Paulo e protestam contra o regime militar brasileiro. Deu certo. Um ano depois, o País entra em franco processo de democratização, que culminou com seguidas eleições populares para presidente da República – cargo hoje ocupado por um ex-operário. Mais representativo impossível.

Novembro de 2006. Revoltados com a permanência do clube do coração na última divisão do futebol nacional, mais de 30 mil lotam o centro de Salvador e protestam contra a diretoria tricolor.

Não deu certo. Prometida desde outubro do ano anterior, a reforma no estatuto do Bahia ainda se resume a uma mera promessa de campanha do presidente Petrônio Barradas, que decidiu comprar a idéia ao tempo em que minimizava a fúria da massa, logo após a confirmação da queda à Série C.

“O Bahia é o último bastião da ditadura”, acusa o jornalista e escritor Nestor Mendes Jr., que em meados de 2005 tentou concorrer, pelo oposição, ao pleito indireto do Esquadrão de Aço. “Mas, como tudo no clube, não passou de uma eleição de faz-de-conta, protagonizada por um Conselho Deliberativo também de faz-de-conta”.

Segundo ele, numa instituição sem renovação, onde os mesmos se revezam no poder há décadas, suas células acabam morrendo e seu sangue deixa de pulsar. “A não ser que surja um príncipe encantado ou um ricaço disposto a investir milhões no Bahia, a única saída é a ajuda da torcida, se associando para votar e, conseqüentemente, gerando novas receitas para os cofres do clube”.

DEVOLVA! – O discurso é semelhante ao do economista Alexandre Teixeira, membro da Associação Bahia Livre. “Não consigo enxergar nenhum projeto de soerguimento do clube, que quando o futebol se modernizou, não dependendo apenas de renda de estádio, parou no tempo, sem recursos alternativos”, pontua.

Nos quatro cantos da cidade, aliás, essa é a conversa mais recorrente entre os milhares de tricolores. O clamor é tamanho que até a a primeira-dama do Estado, Fátima Mendonça, aproveitou a entrega de um prêmio ao governador Jaques Wagner, no alto de um trio elétrico, e exclamou, em pleno Carnaval: “Devolva o meu Bahia!”.

Matéria publicada originalmente, por esse mesmo autor, na edição desta quinta-feira 17/05/2007 do suplemento A Tarde Esporte Clube

Leia também: Cadê a reforma “urgente e imediata”?

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