Melhor começo como treinador não poderia ser. Em cinco meses na nova carreira, Bobô comandou o Bahia ao título de bicampeão do Campeonato do Nordeste.
Logo nas primeiras partidas, o treinador foi inteligente, mantendo o mesmo esquema do ex Evaristo de Macedo. Mesmo assim, como era de se esperar, uma vez que estava em uma nova função, o trabalho de Bobô não foi fácil. Inexperiente, cometeu alguns erros no início. O reflexo disso era visto no time do Bahia, que era muito irregular.
Bobô insistia em armar o time com quatro cabeças-de-área, já que colocava o volante Preto para armar as jogadas. O jogador e todo o time iam mal. Assim, as derrotas não demoraram, e as mais cruciais foram em dois clássicos: 3 a 0, para o Vitória-BA, e 1 a 0, para o Flu de Feira. Os boatos da demissão precoces rondaram o Fazendão.
Até que Bobô mostrou uma qualidade difícil de ver em um técnico de futebol: reviu seus conceitos. Colocou Preto para jogar na sua verdadeira posição, como terceiro homem do meio-campo, e lançou o atacante Sergio Alves como meia. Foi a senha para o Bahia recuperar o bom futebol e arrancar para a classificação.
Mesmo com muitos desfalques importantes, por lesão ou suspensão, como Capixaba, Jean Elias, Marcelo Souza e Preto, Bobô conseguiu repor as peças sem deixar o ritmo do time cair. Outro mérito do treinador, que preparou jovens como Acioly, Valdomiro e Kena, para vestirem a camisa do Bahia em momentos importantes.
Importantes como a semifinal contra o Náutico, quando o time soube jogar com o regulamento, que lhe era favorável, ou contra o Vitória-BA na final, quando o Bahia foi superior.
Após o título, Bobô destacou o papel da torcida na conquista do Bicampeonato do Nordeste. Estava chovendo em Salvador, o jogo passando na TV para toda a cidade. Mesmo assim, nossa torcida compareceu, nos apoiou e, agora, merecidamente, pode fazer sua festa. Queria dizer para a torcida do Bahia que ela faz parte da minha vida há 16 anos, que ela é maravilhosa, e que ganha jogo.
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