É até louvável a atitude da direção do Bahia de publicar seus gastos em 2008 no site oficial do clube. O problema é que ela deixou de arrecadar uma quantia considerável caso tivesse permitido as sonhadas eleições diretas quando reformou o estatuto tricolor, na véspera do Carnaval.
Sem perspectiva de mudança, a torcida deixou de comprar títulos patrimoniais, pagar mensalidade de sócio e, em último instância, fazer um esforço maior para comparecer aos confrontos no interior.
Para efeito de comparação, só em um jogo pela Série C do ano passado o clube faturou mais do que nos três meses ou 13 jogos da atual temporada. Na partida com o ABC, em 22 de novembro, três dias antes da tragédia da Fonte Nova, a renda bruta foi de R$ 556.982,50, com um público de 59.917 pagantes. No primeiro trimestre deste ano, a renda bruta total, sem os descontos e taxas, foi de R$ 404.628,00, com um público total de 33.575 pagantes.
Confira, abaixo, a nota oficial divulgada pela diretoria:
“Falta de arrecadação prejudica o Bahia em 2008
15:15 h – 02/04/2008
Apesar de ter se classificado antecipadamente e na liderança isolada do campeonato baiano, o Bahia vem enfrentado um duro adversário, neste primeiro semestre de 2008, que é a baixa receita de bilheteria.
Com a interdição da Fonte Nova, o time tricolor alternou suas partidas nos Estádios Armando Oliveira, em Camaçari e no Alberto Oliveira, em Feira de Santana.
Mesmo com toda a colaboração e excelente receptividade das prefeituras, em nenhuma das duas praças citadas, a expectativa de bons públicos concretizou-se.
Neste ano, em 12 partidas com o mando de campo do Bahia, incluindo o confronto contra o Icasa, pela Copa do Brasil, o clube obteve uma renda líquida de aproximadamente R$ 189.297,97(cento e oitenta e nove mil, duzentos e noventa e sete reais e noventa e sete centavos), com uma média de arrecadação bruta de R$15.774,00, por partida.( quinze mil e setecentos e setenta e quatro reais).
Estes valores pouco cobrem os custos que são investidos em concentração para jogos, transporte da delegação, hospedagens, contratação de empresa de segurança e aluguel de ambulâncias, que são gastos comuns e mais representativos, no dia-a-dia um clube profissional.
Vale ressaltar, que os custos de uma partida da equipe profissional ainda incluem os gastos também da equipe júnior, quando esta realiza o jogo preliminar ou em outra cidade.
Em três meses de competição, a direção do Bahia gastou R$97.000,00(noventa e sete mil reais) com as despesas citadas acima, restando R$92.297,97(noventa e dois mil, duzentos e noventa e sete mil reais e noventa e sete centavos) para colaborar com pagamento de salários de comissão técnica, jogadores e funcionários, além dos custos mensais, como água, luz, telefone, alimentação, exames médicos, remédios, pagamento de acordos trabalhistas, aluguel de apartamentos para atletas, passagens aéreas, enfim, todos os custos de um clube profissional.
Isso significa que o Bahia obteve uma renda líquida apenas R$7.691,00, por jogo.
Mesmo com todas estas dificuldades financeiras, a direção do Bahia tem feito um grande esforço para dar a melhor condição de trabalho aos jogadores, para a comissão técnica e com muita habilidade e principalmente criatividade, montou uma equipe, visando a conquista do título baiano deste ano, com um ótimo rendimento na fase classificatória, a qual liderou em 18, das 22 partidas”.
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