Em entrevista concedida na noite desta quinta-feira à rádio Transamérica FM, o diretor de futebol tricolor Newton Mota seguiu o exemplo do técnico Lula Pereira e praticamente jogou a toalha sobre as chances de o Bahia ainda subir. “A possibilidade é remotíssima, quase impossível. Com menos dez gols de saldo fica muito dificíl”, disse, pouco depois de reconhecer que “é sabido por todos que o clube está em débito com diversos funcionários”.
Isso, segundo ele, vem criando um clime bastante complicado no Fazendão. “O ambiente não fica propício para o trabalho. Sem dinheiro, o Bahia não tem condição de fazer a manutenção de seus equipamentos, como fisiologia, musculação e campo de treinamento”, disse Mota, que completou: “Com todos esses problemas, e após uma campanha insatisfatória na Série C, meu cargo está à disposição de Petrônio, Maracajá e Marcelo (Guimarães)”.
O dirigente iniciou a sua participação na emissora falando que “tomar de 7 é desqualificante, principalmente em um jogo que não podíamos sequer pensar em empatar”. “A única coisa que tenho a dizer é que não tenho palavras à torcida tricolor”. Mesmo assim, afirmou ter o dever de encerrar o campeonato na função. “Não estou arrependido de ter aceitado o convite de Maracajá e Marcelo. Eu entrei sabendo das dificuldades. Posso ter me surpreendido em alguns ítens, mas o Bahia é um clube apaixonante, extraordinário”.
JAPÃO – Questionado sobre se o lateral-direito Luciano Baiano teria arrumado as malas e ameaçado ir embora antes da viagem para o jogo contra o Ferroviário, Newton Mota negou, porém admitiu que o jogador realmente procurou a direção. “Dia 4 de dezembro ele está indo para o futebol japonês. Como brigou com o treinador da Ponte Preta e sua noiva é baiana, topou defender o Bahia. Recebeu R$ 10 mil adiantado da Turma Tricolor e, agora, o clube resolveu a situação pagando-lhe com um cheque pré-datado”.
Na opinião de Mota, a única saída para o Esquadrão de Aço é investir nas divisões de base, “como faz o Internacional de Porto Alegre”. “Contratar é um negócio complicado. Sem poder de barganha, com o time na Terceira, então, pior ainda. No Vitória, por exemplo, os melhores jogadores são pratas-da-casa: Leandro Domingues, David Luiz e Marcelo Moreno. E além da sustentação técnica, um clube precisa negociar de três a quatro atletas por ano”. Só que ele mesmo abre o jogo: “É necessário dar ao jovem comida, musculação e viagem para competições. O Bahia, hoje, não tem condição de fazer isso”.
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