Diretor de futebol fala sobre início de temporada

O diretor de futebol do Bahia, William Machado, concedeu uma entrevista coletiva na tarde desta terça-feira (11), na sala de imprensa do Fazendão. Durante mais de meia hora, o cartola respondeu as diversas perguntas dos jornalistas e esclareceu alguns pontos sobre a crise ao qual o Tricolor atravessa.

CRISE NO INÍCIO DE TEMPORADA

“Em relação ao início de temporada, realmente tivemos um início ruim, principalmente na partida contra o Galícia. Não propriamente pelo resultado, mas perder da forma como perdemos, foi vergonhoso. Com todo o respeito que temos com o Galícia, não podemos perder da forma como foi o jogo”, iniciou Capita.

“Quando se muda uma comissão técnica, quando se muda uma diretoria, quando se muda uma grupo, isso tudo impacta no início de entrosamento e no que a comissão técnica quer. Isso tudo requer um pouco mais de tempo, tempo esse que a gente não teve”, completou o dirigente.

REUNIÃO E DESGASTE COM ATLETAS

Em relação a reunião que o diretor e outros integrantes da diretoria tiveram com o elenco nesta última segunda-feira (10), William comentou:

“Após um início desastroso como a gente teve, a gente tinha que conversar com os atletas, a gente tinha que entender o porque aconteceu. Não apenas perder, mas a forma como perdeu, isso que foi o mais preocupante.”

“A gente foi conversar, porque não tem uma coisa impositiva e ditatorial, o atleta é um ser humano e a gente tem que escutar e tentar entender. Muitas vezes o atleta vai para campo, é um situação particular, mas as vezes tem um problema em casa: brigou com a esposa, o filho está doente, o pai está hospitalizado, mas quando ele pisa no campo ninguém pensa nisso todo mundo quer que ele dê o melhor. Muitos atletas conseguem e tem obrigação de fazer isso, obrigação imposta de fora, porém muitos atletas não conseguem render a depender da situação que ele está vivendo. A gente foi buscar entender o que poderia estar acontecendo com os atletas.” Concluiu.

Questionado sobre os boatos que circulam de seu possível desgaste na relação com os jogadores, William tratou o assunto como algo natural de uma relação e benéfico para o grupo. “Vez ou outra a relação vai ter algum ponto de divergência, mas é uma divergência pensando no bem do Bahia.”

“Eu fui atleta e isso é muito bom para um lado. Eu sei que mesmo em família a gente tem discussão, tem divergência, porém, em prol da família, em prol do bem do grupo. Isso é o que deve prevalecer.” Completou.

RESPONSABILIDADE DO CARGO

Capita comentou também sobre a responsabilidade nas decisões tomadas perante ao clube e a já encaminhada rescisão de contrato do atacante Souza.

“Tudo que a gente faz aqui é discutido em diretoria, eu não faço tomadas de decisões que vão impactar na vida do clube com a irresponsabilidade de não consultar minha diretoria e meus superiores, as decisões são tomadas em conjunto.

“O Souza eu conheço muito bem, joguei com ele, mas algumas decisões quanto devem tomadas, elas devem ser encaradas e assumidas. O Souza não teve um ano positivo aqui, fez um ou dois gols, fora isso teve os problemas pessoais, então você começa a ponderar. Será que um atleta como esse vai nos ajudar? É o que agente quer realmente? Tem certeza de que vai nos ajudar? A diretoria concluiu então que o Souza não estaria mais tão motivado como estava no ano em que foi artilheiro da equipe. Em comum acordo com a diretoria, a gente decidiu com o Souza se ele teria ou não interesse em ter um rescisão amigável. É o que está acontecendo e devemos ter uma decisão nas próximas horas,” afirmou o diretor.

NOVAS CONTRATAÇÕES

Sobre as especulações que circulam a respeito da vinda de novas contratações, William comentou sobre a dificuldade em relacionar a qualidade do jogador com a disponibilidade de orçamento do clube. “A gente enxerga que tem espaço ainda para mais um ou dois jogadores que possam dar um peso maior a esse elenco, então a gente está atrás desses jogadores mas sempre respeitando nosso orçamento. O que todos querem é contratar bons jogadores pagando menos”

POUCA EXPERIÊNCIA DA DIRETORIA E TREINADOR

Um dos questionamentos levantados pelos jornalistas presentes foi sobre a pouca experiência de alguns profissionais do clube. O questionamento fez referência direta a curta carreira de William como diretor de futebol, ao técnico Marquinhos Santos estar treinando apenas o seu segundo time profissional e a alguns membros da diretoria serem novatos no ramo do futebol.

“Eu não vejo dessa forma (como um problema), já vi muita diretoria considerada experiente cometer muito erro. O erro e o acerto faz parte na vida de todo mundo, mas acontece que começando o ano do jeito que a gente começou, está sendo focado apenas os erros e não os acertos, e isso é totalmente compreensível”, afirmou o diretor.

“O Bahia não é supra-sumo do acerto mas também não é o grande vilão dos erros. A gente sofre com a particularidade de ter que mudar o elenco, mudar comissão técnica, poder trabalhar com uma nova filosofia e isso tudo tem um preço quando você tem nove dias para colocar a equipe em campo.” Concluiu.

ÁVINE, SOUZA E SEBASTIÁN PINTO

Finalizado a coletiva, Capita respondeu ainda sobre alguns desencontros de informações divulgadas pelo clube que posteriormente vieram a a ser desmentidas ou não foram oficializadas. Em sua resposta, o diretor explicou sobre o anúncio do destrato com o atacante Souza, que ainda permanece treinando no Fazendão, a não vinda do chileno Sebá e a demora na renovação do contrato de Ávine.

“Quando eu cheguei já estava tendo uma conversa a muito tempo e pelo que eu sei chegou-se a um acordo com ele sobre como será o novo contrato. Quando todos achavam que estava certo, por isso teve esse anúncio, chegou-se a conclusão de que o que estava para atrás ainda tinha desacordo entre as partes e por isso não acabou efetivando o contrato. Mas agora, até onde eu sei, já está tudo pronto para ser assinado.

“Em relação ao Souza, o que eu falei é que tem uma conversa, enquanto a gente está conversando não tem rescisão feita, está tendo uma conversa entre as partes, enquanto isso estiver acontecendo ele tem que vir e treinar. É um atleta ainda com vínculo com o clube”

“Em relação ao Sebá, sim, acredito que esse foi um dos poucos erros, foi um erro ter anunciado ele. Apesar de que o problema dele foi diretamente com o seu clube, na hora de se desvincular, mas isso não nos exime de ter cometido esse erro.” Finalizou o diretor de futebol