Intitulada “Ainda dá tempo”, a nota abaixo foi divulgada nesta quinta-feira pela diretoria do clube:
“Na semana que antecedeu o clássico BA-VI, realizado no Estádio Manoel Barradas, no último domingo, a direção do Bahia fez a sugestão de permitir o acesso à praça esportiva de apenas uma das torcidas, sempre prevalecendo o direito ao mandante do jogo.
Esta sugestão, inédita no país, causou polêmica, como não poderia deixar de ser, já que mexe com uma questão cultural do povo e do futebol baiano, seria uma quebra de um paradigma histórico.
A preocupação da diretoria do Bahia sempre foi e será preservar a segurança e a integridade física do torcedor, independentemente para qual clube torce, pois há alguns anos, os incidentes com vitimas fatais ou graves ferimentos, só têm aumentado, destruindo famílias, que perdem seus entes queridos, muitas vezes inocentes, que foram ao estádio de futebol, apenas para se divertir.
A sugestão de evitar os confrontos entre as torcidas foi duramente criticada e em algumas situações, foi ridicularizada por setores da imprensa. Mas o dia após o clássico, mostrou uma realidade, a todos nós choca e prova que precisamos reconsiderar o assunto.
O Jornal Tribuna da Bahia, na edição desta quinta-feira(12/02), estampa em seu caderno de esportes, o seguinte título: O silêncio de mais uma vítima dos Ba-Vis, onde relata o sofrimento da família de um jovem torcedor rubro-negro, de apenas 17 anos, que foi espancado, segundo seu pai Raimundo Marques, por um grupo de integrantes de uma torcida organizada do Vitória.
O site Globoesporte.com reproduziu a tragédia ocorrida em frente ao Barradão, na qual o garoto sofreu traumatismo craniano e encontra-se em coma, no Hospital da Cidade.
Segundo seu pai, este foi o primeiro BA-VI que seu filho foi assistir e já para evitar qualquer confusão, não foi trajando a camisa do seu clube do coração.
Ainda nesta mesma matéria, o Jornal Tribuna da Bahia afirma que desde 2006, mais três torcedores morreram, vítimas de espancamentos ou tiros.
O Esporte Clube Bahia acredita que não há mais como adiar uma discussão ampla com as autoridades responsáveis pelo espetáculo futebol e também com a sociedade. Não podemos mais perder vidas, em um evento esportivo, que deveria apenas propagar mensagens de saúde, amizade, amor ao clube e diversão. Quantas vítimas ainda terão que fazer parte desta triste estatística, para que uma providência definitiva seja tomada?
E se este jovem torcedor em coma fosse um filho ou sobrinho seu? Você continuaria contra uma medida que visa preservar a vida?
Os que já perdemos, infelizmente, não há como os trazer de volta, mas podemos tentar evitar que novos seres humanos saiam de casa e não voltem para suas famílias.
À polícia militar não é justo delegar a total responsabilidade da segurança do público, apesar do seu inegável esforço e espírito de colaboração. Os policiais não podem estar onipresentes em dias de clássicos, já que mais de 35 mil pessoas estão espalhadas nos arredores do estádio, o que dificulta o seu trabalho”.
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