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Dirigente fala de planos de sócios e patrocínios

Notícia
Historico
Publicada em 3 de outubro de 2013 às 12:50 por Da Redação

Entrevista publicada no Bahia Notícias nesta quinta-feira:

“O Bahia Notícias nesta semana entrevistou o novo Diretor de Negócios do Esporte Clube Bahia. Pablo Arruela Nascimento Ramos, ex-diretor da Secretaria de Desenvolvimento Urbano (SEDUR), falou sobre os primeiros dias à frente do tricolor baiano, nos setores comercial e marketing, rebateu que o torcedor do Bahia seja ‘quebrado’ e detalhou o planejamento sobre os novos planos de sócios.

Bahia Notícias: Porque aceitou ser diretor de Negócios do Bahia?

Pablo Ramos: Por dois motivos concretos. O primeiro, logicamente, por ser tricolor e querer ajudar o meu clube de alguma forma. Isso pesa muito. O outro motivo está ligado a minha formação. Sou formado em administração, estudioso em modelo de gestão, e todo executivo quer ter um case na carreira. Tirar uma empresa do fundo do poço e entregar muito melhor do que encontrou. Unir essas duas pontas deu uma combinação necessária para aceitar o convite.

BN: E o Bahia está no fundo do poço?

Pablo: O Bahia estava no fundo do poço. Desde o dia 17 de agosto o Bahia, como uma fénix, está ressurgindo das cinzas. Vou antecipar a data. Desde o dia 9 de julho, quando o Dr. Carlos Rátis assumiu. São datas que ficarão para história do clube, assim como o dia 7 de setembro.

BN: Existe a possibilidade do Bahia ter novos patrocinadores?

Pablo: Nesses dias que estamos à frente choveram ligações. São pessoas do mercado querendo patrocinar, entregar estudos de pesquisa e parabenizar o clube. Estamos diante de um momento histórico. É um novo Bahia. Houve uma agregação de valor da marca do Bahia, de forma indireta. Só o fato de se tornar democrático, com a participação do torcedor na escolha do presidente, aliado a transparência, tudo isso colaborou. Fomos o primeiro clube a fazer a transmissão do encontro envolvendo o Conselho Deliberativo pela internet. Tudo cria um áurea para que possamos seguir a caminhada.

BN: E Carlos Rátis, influenciou na sua contratação?

Pablo: Não me incomoda esse assunto. Carlos Rátis, além de unhado, é meu compadre e amigo. Se você me perguntar um exemplo, como pessoa e honestidade, chama-se Carlos Rátis. Fernando Schmidt, por exemplo, me conhecia antes de ser apresentado para Rátis. Aliás, quem apresentou Rátis para o presidente fui eu, durante o processo de intervenção. Schmidt me convidou para liderar o programa de gestão dos 16 meses, o que eu fiz. Carlos Rátis não está mais no Bahia. Não vejo problema quanto a isso.

BN: A série de ações de marketing envolvendo a família foi ideia sua?

Pablo: Não dá para citar todos os participantes. Foi uma ideia do grupo, que não ficará restrito a participação da família. Sabemos que, hoje, a grande chance de catapultar os recebíveis é através do sócio-torcedor. O que desenhamos inicialmente era propor uma nova alternativa de pagamento o que já acontece. É apenas o começo, que sabemos da precariedade, mas vamos evoluir muito.

BN: O torcedor terá novidades quanto ao plano de sócios:

Pablo: Nós vamos ter categorias de sócios. Uma delas é criar o programa ‘Esquadrãzinho’. Todos sócios do clube sonho que, desde pequeno, o filho possa ter vínculo com o Bahia. O novo estatuto permite e queremos lançar o projeto até o dia 12 de outubro. Temos outras duas categorias: Família e Coorporativo. O segundo é disponibilizar uma categoria para que as empresas possam beneficiar seus funcionários como acontece com os planos de saúde. E não só isso. Até mesmo estreitar o relacionamento com seus clientes e, com o título de sócio contribuinte, e ofertar como brinde.

BN: Porque o Bahia nunca teve um digno plano de sócios? É tão difícil assim?

Pablo: É fácil ter a ideia. Dificulta mais um pouco em transformar tudo que pensamos em projeto. O grau de dificuldade fica ainda maior quando tentamos colocar em ação. Pior ainda na busca pelos resultados..

BN: Funcionários da gestão de MGF serão mantidos nos setores de marketing e comercial?

Pablo: Estou conversando aos poucos com todos. Os funcionários que recrutamos, independente de relação, terão uma relação de confiança como um copo de cristal. Uma vez rachado nunca voltará a ser igual. Ficamos com algumas pessoas e vamos trazer outras. Seremos uma equipe com dez pessoas apenas, o que nos fará apertar o cinto. Uma forma de passar bem o ano e plantar sementes para colher muito bem no ano seguinte. Estamos em um momento de reformulação de equipe, fazendo todos os trabalhos em paralelo: tático, estratégico e operação.

BN: Os custos do clubes já foram reduzidos?

Pablo: O que nós pregamos durante a campanha, que está no documento da gestão, era necessário enxugar em 25% entre funcionários e contratos de serviços. Conseguimos 25% e, após esses dias, chegamos a conclusão que pela Diretoria de Negócios poderemos reduzir em 40% do dispêndio.

BN: O Bahia buscou a Rede Globo? De que forma pode ganhar mais a partir de 2014?

Pablo: Uma receita do clube é o direito de imagem de televisão. Temos contrato assinado com TV aberta e fechada. São valores fixos, mas com percentual que depende da posição no campeonato e nossa audiência na tv fechada. Formas que o Bahia tem para ganhar mais dinheiro: aumentar audiência no PFC e ficar em posição melhor que ano passado. Retorno financeiro imediato para 2014. Nos encontramos com um diretor da Globo e ele se mostrou disposto a discutir novas bases com o Bahia. Já agendamos uma nova reunião. Estamos fazendo um estudo para propor o que temos de fato para agregar valores. Estamos com o caminho aberto.

BN: Vender jogadores é uma forma de salvar o clube?

Pablo: Acredito que sim. Mas, hoje, não podemos pensar na ideia de vender os nossos ativos (jogadores) e usar a quantia para pagar necessidades como luz e água. Esse valor precisa ser usado para investimento. É troca investimento pelo outro.

BN: Os preços estão altos. O que fazer para beneficiar ainda mais os sócios?

Pablo: Tudo isso faz parte da pauta das reuniões que temos, semanalmente, com Arena Fonte Nova. Precisamos discutir toda equação. O ingresso é um item que depende da qualidade do espetáculo, dentre outros fatores. Conseguimos levar ao estádio os jogos preliminares, o que faz com que o torcedor chegue mais cedo e consuma mais. Porque não voltar o consumo da bebida alcoólica no estádio? Queremos anunciar uma novidade, em conjunto, para cada partida do Bahia lá. Queremos favorecer o nosso torcedor, e ainda mais aos sócios. Estamos em busca do melhor pacote de serviços do Brasil, e não dentro do estádio. Vamos buscar com a prefeitura que aumente a quantidade de ônibus após o nossos jogos, conversamos com a Globo sobre o horário dos nossos jogos.

BN: O Torcedor Oficial do Bahia (TOB) acabou?

Pablo: O TOB, mercadologicamente, era um nome ruim. Um programa inviável economicamente e juridicamente para o clube. Nós, juntamente com Arena Fonte Nova, assumimos o compromisso de fazer o melhor programa de temporada do Brasil. Esperamos anunciar o projeto já no clássico contra o Vitória, inclusive com o cartão inteligente que dará acesso ao estádio.

BN: Existe uma meta para o plano de sócios?

Pablo: Queremos terminar o mês de outubro com mais de 20 mil sócios. E, em dezembro de 2014, no fim da gestão, queremos passar a marca dos 50 mil sócios. Nossa ideia é ter a quantidade de sócios de acordo com o número de cadeiras da Arena Fonte Nova. O sócio-torcedor será uma forma de consolidar o clube e buscarmos equiparar financeiramente com os clubes do sudeste.

BN: O torcedor do Bahia é ‘quebrado’?

Pablo: Quem esteve na assembleia e no dia da eleição observou pessoas de todos os níveis. O mais importante, para mim, é saber que todos são Bahia e vamos atendê-lo da melhor forma possível. Preciso ter ações para atingir o torcedor, independente da seu posição econômica. Vamos fazer isso para todas as classes sociais. Quebrado? Foi um adjetivo colocado de forma infeliz.

BN: Você insiste em falar do torcedor. Ele será fundamental na reconstrução do clube?

Pablo: O torcedor não será apenas o nosso braço direito. O sócio do Bahia será o corpo todo do clube. Quem vai salvar o Bahia é ele, e todos já perceberam isso quando você entrega profissionalismo, transparência e competência. A tampa do perfume está aberta e não podemos deixar o aroma fugir. Não podemos perder esse bom momento. Vamos fazer de cada jogo um evento diferente. Será um planejamento de jogo a jogo.

BN: De que forma os atletas poderão ajudar nessa reestruturação do marketing, por exemplo?

Pablo: Os jogadores estão ao lado do torcedor, dentro e fora de campo. Sabem que são eles que pagam os respectivos salários, e por isso precisa haver uma união. Todos os jogadores são nossos parceiros. Alguns deles nos procuraram, se ofereceram para ajudar, dar material, estou feliz com isso. Demonstram formar um grupo unido e reconhecem que jogam para uma das maiores torcidas do país.

BN: O contrato da Nike, tão criticado, já foi analisado? O que será feito pelo clube?

Pablo: Os clubes negociam número de matérias por ano, direito de uso da marca com o clube, que é financeiro, e os royalties das vendas de produtos. Estudamos o contrato da Nike, teremos uma reunião com eles, e buscaremos melhorar para ambas as partes. O acordo precisa ser bom para todos, e isso não acontecerá apenas com a Nike. Queremos conversar com todos os nossos patrocinadores independente da categoria. Solicitamos ao departamento de futebol o número exato de material para todo clube, e assim teremos ideia de como renegociar esse contrato. Outra forma de publicidade está na propagada espontânea. E isso fazer parte dos nossos argumentos para fazer contrapropostas aos nossos patrocinadores. Feijão, um exemplo, esteve em um programa de TV no dia seguinte ao gol mil. São ações como essa que são pouco exploradas no Bahia.

BN: Existem maneiras práticas do Bahia ganhar mais dinheiro, hoje?

Pablo: O Bahia, por exemplo, é muito tímido em licenciamento de merchandising. O Bahia não tem 100 produtos licenciados, enquanto o Corinthians possui cerca de 2 mil. Nós queremos ter pelo menos 500 produtos para o ano que vem. O Bahia, se tratando de licenciamento, empresta ou vende a marca, e com isso ganha percentuais em cima da comercialização do produto. Podem ser de joia até uma simples caneta. Temos uma grande demanda reprimida para ser explorada como, por exemplo, a linha infantil e feminina.

BN: O clube fala em pagar R$ 23 milhões até o fim do ano. Como trabalhar desta forma?

Pablo: Teremos dificuldades para fechar o ano no azul. São quase 23 milhões de necessidades e apenas R$ 3 milhões de recebíveis. Existe uma tendência, com essa chuva de ligações, que possamos conseguir um valor acima do que está estabelecido nos contratos. Nós temos algumas margens de manobras. Estamos com a expectativa que o sócio torcedor nos ajude. É uma nova receita. Queremos passar a marca dos 20 mil sócios em outubro. Seguiremos no vermelho, mas vai amenizar o orçamento para 2014.”

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