De André Uzêda, para o portal do jornal A Tarde:
Uma desavença entre grupos de oposição no Bahia resultou, nesta quarta-feira, 17, em uma mudança no quadro que coordena a intervenção no clube. O advogado Alexandre Valente, indicado pela Justiça para auxiliar o mediador Carlos Rátis, renunciou ao posto.
Seu nome já foi substituído pelo professor de direito Jaime Barreiros Neto. A coordenação da interventoria é formada ainda por outros dois advogados designados: Danilo Tavares e Cyrano Viana.
A renúncia de Valente ocorreu após discussões na frente criada em torno de Carlos Rátis sobre os rumos a serem tomados pela nova direção do clube. O advogado César Oliveira, representante do grupo Democracia Tricolor, emitiu uma nota criticando o públicitário Sidônio Palmeira, líder do grupo “Bahia da Torcida”, também de oposição.
No documento, Oliveira diz que Sidônio Palmeira “passou a arvorar-se de patrono da intervenção, recorrendo sempre ao nome do governador Jaques Wagner como seu mentor”. Sidônio é marqueteiro do PT, além de ter trabalhado nas duas campanhas que elegeram o atual governador.
Em contato com Oliveira, este revelou ser correligionário de Alexandre Valente na Democracia Tricolor, além de afirmar que a renúncia do advogado está associada com a ruptura da frente de oposição.
“Alexandre percebeu que Sidônio quer conduzir a intervenção da sua forma. Ele já tem até o nome de Fernando Jorge como candidato a presidente do Bahia. Ele quer ganhar no grito”, disse.
A reportagem tentou contato com Alexandre Valente, que alegou estar em uma reunião durante toda a tarde de ontem e não retornou os contatos. “Não existe preponderância de nenhum grupo sobre outro. Eu não aceitei divisão de cargos no Bahia e por isso passei a ser atacado por este cidadão”, disse Sidônio Palmeira.
O A TARDE apurou que o motivo da ruptura entre as oposições foi uma reunião ocorrida no mesmo dia em que a intervenção foi deflagrada. No encontro, ocorrido na sede da Leiaute, empresa de Sidônio, César Oliveira sugeriu que as vice-presidências do clube fossem dividias entre as oposições, durante o período que durasse a intervenção.
Na sua proposta, seu grupo assumiria os principais postos: o jurídico (com ele à frente do cargo), o social e a área do futebol (que teria Ricardo Maracajá – neto do ex-presidente Paulo Maracajá – como diretor).
O grupo de Sidônio ficaria com o marketing, financeiro e a área de imprensa. O publicitário não concordou. Sidônio nega apoiar o nome de Fernando Jorge como possível presidente. “Não estamos apoiando ninguém. Somos a favor da democracia no Bahia, apenas isso”, disse.
Desembargadora pode ser afastada do caso
A Dra Lisbete Almeida, que aprecia o agravo que pode barrar a intervenção no Bahia, foi eleita na última quarta para compor a Corte do Judiciário. Com isto, Lisbete pode ser substituída na decisão.
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