Com Souza, o aproveitamento do Bahia é de 87%, com 11 triunfos, um empate e uma derrota em 13 jogos. Sem ele, o número cai para 59% (sete triunfos, quatro empates e três derrotas em 14 partidas). Só o fato dele estar junto com o grupo nos treinos o astral muda, diz o volante Fahel sobre o atacante que retorna à equipe neste domingo, contra o Conquista, na decisão da vaga à finalíssima do Estadual –e autor de 19 gols em 13 duelos na temporada.
Confira a entrevista que Daniela Leone, do jornal Correio, fez com o jogador para hoje:
Tudo certo para a partida contra o Vitória da Conquista?
Tô muito motivado. Não vejo a hora de entrar em campo, ver a torcida gritar meu nome e fazer o que eu vinha fazendo: gols.
O Bahia perdeu a vantagem. O time tá bem pra chegar à final?
Se a gente focar durante os 90 minutos e jogar o futebol que a gente vem jogando nessa temporada, com certeza a gente consegue passar do Vitória da Conquista. Agora, se a gente entrar desligado, achando que vai virar o jogo a qualquer momento, a gente não consegue.
Você deixou clara a vontade de jogar contra a Portuguesa, na última quarta, pela Copa do Brasil. Por que não jogou?
A vontade de jogar contra a Portuguesa era muito grande, mas não dependia só de mim. Eu fiquei muito tempo parado e as pessoas da parte física, os médicos, decidiram que eu ficasse esse jogo de fora e voltasse no domingo (hoje). Até porque contra a Portuguesa tem o segundo jogo em casa e esse jogo é mais importante.
Gosta de jogar com um companheiro de ataque com as características do Lulinha?
Gosto muito. Lulinha é muito inteligente e muito rápido, ele se movimenta bastante e isso me favorece muito durante o jogo.
Ano passado, você fez 16 gols. Em 2012, já são 19 em quatro meses. O que mudou?
Na temporada passada, tive alguns problemas de lesão que acabaram retardando a minha volta. Eu voltava, machucava e não tinha uma sequência boa. E antes estava no Corinthians sem jogar, não tinha ritmo, isso custou minha adaptação. Jogava um jogo bem, um jogo mal. Esse ano, fiz a pré-temporada com o grupo, terminei um bom Brasileiro em 2011 e agora comecei bem de novo. Então, foi a sequência do meu trabalho.
É do tipo que conta gols?
Não, não conto nenhum.
Qual sua meta pra este ano?
Minha meta é sempre fazer mais. Ano passado fiz 11 gols no Brasileiro, então, esse ano, eu quero jogar muito mais e fazer 15 ou 16 gols no Brasileiro. Essa é a meta que tenho.
Seu pai te apoiava no futebol e faleceu quando você vinha pro Bahia. Já se sente fortalecido?
É difícil perder um pai com 52 anos, num momento bom da minha carreira, vindo pro Bahia, procurando meu espaço. Mas agora eu estou mais forte, mais amadurecido e tenho certeza que de onde ele está, está dando força pra eu continuar jogando meu bom futebol.
E a adaptação a Salvador?
Minha família gosta muito de Salvador. O povo também me recebeu muito bem, não tenho nada a reclamar da cidade.
O que faltou pra se firmar no Corinthians? A presença de Ronaldo atrapalhou?
Faltou um pouco de sequência. Jogar no Corinthians e ficar no banco de um jogador como o Ronaldo é sempre difícil. Quando Ronaldo não jogava, era eu quem jogava… complicado. Ele foi muito bem no Corinthians, nós conquistamos títulos lá. Eu não tive uma sequência e isso acabou me prejudicando.
Você é flamenguista?
Sim, sou flamenguista. Desde pequeno sempre tive um carinho muito grande pelo time, pela torcida. Sempre torci pro Flamengo. Mas independentemente de eu gostar e torcer pro Flamengo, se tiver um jogo, como já teve, Flamengo e Bahia… eu fiz gol, comemorei, foi no Engenhão. Hoje eu sou Bahia, mas meu coração sempre bate pelo Flamengo também.
Como surgiu o apelido Caveirão? Você gosta?
Esse apelido surgiu quando eu jogava no Flamengo. O Gerson Canhotinha de Ouro e mais um repórter lá do Rio, Gilson Luís, botaram esse apelido em mim. Foi por eu ser um cara muito forte, de choque, de dividir com os zagueiros. Num jogo que eu fiz um gol e acabei derrubando alguns zagueiros, ele colocou meu apelido de Caveirão e acabou pegando com a torcida do Flamengo. Eu gosto.
Você tem 30 anos e assinou com o Bahia por três anos. Vai encerrar a carreira no clube?
Eu tô novo ainda, tenho 30 anos e acho que tenho mais cinco anos de futebol pra jogar e conquistar muita coisa.
Qual o seu maior sonho com a camisa do Bahia?
É ganhar um título baiano.
Qual o peso de ter um treinador como Falcão no banco?
A responsabilidade é muito grande. Além de ser um grande treinador, ele foi um grande jogador. Ele sabe muito do que a gente faz dentro de campo, então a gente sabe que não pode errar. Tem que fazer o que ele pede, porque a influência dele é muito grande – como pessoa, como treinador, como quando foi jogador… é um cara muito respeitado. A gente sempre tem que ter atenção com isso.
Como é a conversa com ele?
Ele é um cara supertranquilo. Por enquanto, nunca vi o Falcão nervoso, então vamos deixar ele tranquilo aí. No intervalo de jogo, ele fala pra gente fazer isso e aquilo, mas sempre tranquilo, na postura dele. Nunca vi ele cobrando nada de ninguém com tom alto de voz.
Neto Baiano vive te cutucando. Por que isso?
Não sei. De repente, é porque ele pode ser apaixonado por mim. Eu sou um cara feliz, você nunca me vê falando dele. Até porque quando a gente incomoda as pessoas, as pessoas acabam sempre querendo falar da gente. Eu sou um cara realizado, respeitado onde vou, um cara bem estruturado de família, que tem amigos, uma vida financeira, graças a Deus, razoavelmente boa. Então, não tem pra que me preocupar com ele. Evito até falar o nome dele. Espero que ele possa continuar fazendo os gols dele e me deixe aqui fazendo meus golzinhos.
Isso te chateia?
Não. As pessoas até falam que ele acaba passando por uma pessoa boba. Na rua, ficam falando pô Souza, aquele cara te ama, ele não para de falar de você e você sempre na tua. Eu fico na minha, não tenho nada contra ele. No Ba-Vi, ele pediu minha camisa e eu dei, ele me deu a dele. Não tem nada a ver.
Pra você é melhor ser campeão vencendo o Vitória?
Tanto faz. Pra mim não faz nenhuma diferença. O importante é ser campeão e quebrar esse jejum de 10 anos sem título. A gente passa na rua e vê o peso da torcida querendo esse título. Às vezes, nem se preocupam com a Copa do Brasil. Falam: Pô, a gente precisa ganhar esse Baiano. Então, minha meta esse ano, pode ter certeza, que é conquistar esse título.
Sendo realista, o que o Bahia pode alcançar este ano?
Na minha maneira de ver o Bahia hoje, a gente sabe que tem que haver contratação. A gente sabe que o nosso time tem alguns jogadores que a gente precisa trazer pra somar. Campeonato Brasileiro é muito difícil. Nós tivemos muita dificuldade ano passado, jogos que se a gente desse um pouquinho de bobeira a gente poderia ter caído, então tem que fortalecer. Nosso primeiro momento é se livrar do rebaixamento e depois alcançar coisas maiores. Pode ser uma Sul-Americana, uma Libertadores, quem sabe? Isso vai depender do nosso elenco.
O time do Bahia desse ano é melhor que o de 2011?
Acho que algumas peças que chegaram foram de suma importância, de muita qualidade e acho que esse time desse ano está muito mais forte que o do ano passado.
Vai ser campeão baiano?
Vai. Se Deus quiser.
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