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É lutar para não cair

Notícia
Historico
Publicada em 24 de maio de 2008 às 19:04 por Da Redação

Horroroso. Como diria o comentarista carioca Fernando Calazans, no programa “Linha de Passe” da ESPN Brasil, assim é o futebol (sic) praticado pelo Bahia na Série B do Campeonato Brasileiro. A situação já havia acontecido há uma semana, no preocupante triunfo sobre o lanterna América de Natal, e voltou a se repetir neste sábado, no ABC paulista, onde o time de Paulo Maracajá, Petrônio Barradas e Ruy Accioly perdeu a primeira na competição e evidenciou que em vez de sonhar com um miraculoso acesso, brigará ao longo das próximas 35 rodadas para não retornar precocemente à Terceirona.

Não existe qualquer desculpa, a não ser a limitação técnica – eufemismo para ruindade – da equipe. Pelo menos a metade da torcida presente em um esvaziado Bruno José Daniel era tricolor, que ficou com um jogador a mais dos 14 minutos do primeiro tempo aos 2 do segundo. Em vão. Sem conseguir trocar três passes seguidos, o Bahia cada vez mais só promovia irritação.

Teve desde pisada na bola e finalização que saiu pela lateral do gramado a escorregões em profusão e cobrança de escanteio em que o Santo André pôde pegar a redonda ainda na área da bandeirinha, após uma trapalhada ensaiada.

O primeiro gol sofrido, marcado pelo vovô Marcelinho Carioca, veio após fácil tabelinha pela direita e pane geral da defesa azul, vermelha e branca, que assistiu estática à ajeitada de cabeça de Márcio Mixirica para o estudante nas horas vagas de jornalismo completar. A “fechada do caixão” ocorreu aos 36 da etapa complementar, com o Esquadrão já entregue. E poderia ter sido mais.

Resta aguardar o “salvador da pátria” Galvão, que pode estrear sábado que vem, diante do Barueri, em um Jóia da Princesa com portões reabertos. Até porque a dos Brunos Cazarine e Meneghel se mostrou absolutamente frustrante, para dizer o mínimo. Enquanto o primeiro, grandalhão, limitava-se a fazer o papel de pivô, em meio a uma falta de ritmo de jogo que saltava aos olhos, o último deve ter proporcionado revolta e danificações de radinhos e TVs pela cidade. “Um Pantico branco. Talvez pior”, disseram nos bares da vida.

Uma nova dupla de ataque entrou no segundo tempo – Juca e Gilberto – e nada realizou, a não ser prolongar a desesperança do torcedor. Agora se imagine no lugar do técnico Paulo Comelli olhando para o banco de reservas e vendo atletas deste quilate à disposição. Um do lado do outro. Pífios.

Luciano Baiano, entretanto, nem lá deveria figurar. Uma verdadeira lástima. Errou todas (e continuará errando, carente das mínimas condições futebolísticas que está). Como também procedeu Ávine, na lateral esquerda, esquecendo as recentes boas atuações para disputar com o primo de terceiro grau de Xuxa Meneghel quem consternava mais a torcida.

No meio, Elias não ficou tão longe disso. Aliás, time que quer subir, ou no mínimo escapar do rebaixamento, não pode ter um camisa 10 como este. Lento, só toca para trás e para os lados, causando arrepios a uma seleta turma encabeçada por Pelé, Maradona, Zidane, Zico e Cia.

Rivaldo era o menos pior em campo, porém conseguiu ser infantilmente expulso, por duplo cartão amarelo, fruto de reclamações e anti-jogo. Mas não tem problema. Nada vai acontecer com ele. Punição? Para quê?

Idem para o elogiado Rogério, cantado em verso e prosa durante o Estadual, contudo completamente imaturo no Nacional. Recebeu cartão vermelho no momento em que mais se acreditava em um eventual resultado positivo e complicou de uma vez por todas as coisas para o Bahia.

Parabéns para quem armou esse arremedo de time. Para quem deixou de investir, de olho nos dividendos inerentes à presença na Série A. Para quem se mantém no poder há decadas, sem qualquer indício de democracia, e mesmo assim possui a torcida que mais comparece aos estádios no País. Novembro tem novo pleito presidencial. Mas, e daí? Nada vai acontecer.

O estatuto foi reformado! Todavia, com a regra das eleições diretas jogado no lixo. Quando convocado, o Conselho Deliberativo comparecerá. Ou pelo menos a metade dele, dois terços no máximo. E referendará o grupo atual, claro.

A única dúvida é saber se o ex-presidente Marcelo Guimarães ainda estará ou não respondendo a processo por lavagem de dinheiro e sonegação fiscal em suas empresas de segurança, alvo da Operação Jaleco Branco da Polícia Federal. Ah, e em qual divisão o Bahia se encontrará na próxima temporada, ano do 20º aniversário do bicampeonato brasileiro de fevereiro de 89.

Triste.

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