E tudo que foi arduamente contruído na temporada passada vai, ainda mais rápido, sendo desarrumado tal qual um castelo de cartas de baralho neste início de 2011. Após acesso inédito em sete anos, prêmio nacional para a torcida, unificação do título de 1959 e, de quebra, o rebaixamento do rival, o Bahia conseguiu que a chegada à decisão da Copa São Paulo de Futebol Júnior fosse engolida por um princípio de crise em plena semana de Ba-Vi.
Enquanto o adversário vai se reforçando, voltando a chamar a atenção da grande mídia e fazendo melhor campanha, o Esquadrão patina no Estadual, vê as contratações sem emplacar ou até hoje sem estrear, amarga um Pituaçu às moscas e agora resolveu dispensar um dos principais destaques de um time que já havia perdido Adriano, Morais, Fábio Bahia, Fernando…
A enquete promovida pelo ecbahia.com, com quase 5 mil votantes (mais do que o público do jogo de domingo) foi apenas uma das dezenas em que a maioria absoluta da torcida –72%– se posicionou contra a saída de Jael. Que, pouco antes de apagar a luz, deu o tom da situação
do elenco: salários atrasados e insatisfação com setores da diretoria.
“Presidente Marcelo Guimarães Filho Chamou a Torcida Para Briga, acabou a PAZ!!!!!!! Não Vou para o BA-vice, e se depender de mim muita gente não vai, essa foi a Gota!!!!”, já exclamou Cristóvão Contreiras, diretor da Bamor, maior organizada da equipe, em sua conta no Twitter.
E completou, em discurso semelhante ao de muitos que não apenas nem sequer sabiam que o gerente de futebol envolvido na confusão trabalhava no Fazendão quanto desejam descobrir se ele ao menos também será punido: “Domingo, André Araujo entra em campo com a Camisa 9 e Angioni entra com a 11…, Tô RETADO!!!!”.
Mesmo assim, alheio aos anseios da massa (verdadeira dona do clube, sempre evocada quando eles precisam), o gestor Paulo Angioni, apontado como principal ator da decisão, fala em nota oficial que “a instituição sempre será acima de todos os homens, inclusive a mim”.
Não bastasse, o empresário de Jael, Adriano Spadoto, deu entrevista na noite desta
segunda-feira afirmando já ter sido procurado pelo presidente licenciado do Vitória,
Alexi Portela Júnior, interessado em levar o centroavante.
Nas redes sociais, chega-se a escrever que “a coisa tá tão feia que o clima em Salvador tá mais para torcer por uma derrota no Ba-Vi no domingo e Rogério Lourenço cair”.
Como pano de fundo, quem não adquiriu o até razoável pacote de ingressos não tem frequentado as partidas de um deficitário campeonato ao preço de R$ 50 a inteira –mais
caro, imagine, que o bilhete para a estreia de Ronaldinho Gaúcho no Flamengo, nesta
quarta-feira, no estádio do Engenhão, fixado entre R$ 20 e R$ 40.
E só um lembrete: o último clássico que o Bahia perdeu em Canabrava aconteceu
no dia 22 de janeiro de 2006. Já são nove confrontos de tabu. É bom manter.
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