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Editorial: BASTA DE INCÚRIA!

Notícia
Historico
Publicada em 17 de maio de 2004 às 18:48 por Da Redação

O jornalista e autor do livro Bahia Esporte Clube da Felicidade, Nestor Mendes Jr., nos enviou nesta segunda-feira o texto abaixo. Não apenas assinamos embaixo como resolvemos publicá-lo. Confira:

“Há pelo menos 15 anos essa crise vem se delineando no Esporte Clube Bahia. Um que se proclama eterno presidente foi para uma sinecura no poder estadual, mas guardou sua vaga de salvador da pátria. Ele nunca permitiu a eclosão de novas lideranças, sempre colocando fantoches e marionetes à frente do destino do clube. O Conselho Deliberativo do Tricolor é um faz-de-conta, onde se misturam puxa-sacos e serviçais. Onde se poderia fermentar o debate e oxigenar a instituição, apodrece a história de um clube que já teve grandes baianos em seus quadros.

Em 2003, ao final do Campeonato Baiano, quando o Bahia terminou na 9ª colocação, alertávamos para um possível rebaixamento no Campeonato Brasileiro. É necessário recordar a sucessão de equívocos, que compõem a crônica de uma desgraça anunciada. Seis jogadores em fim de carreira estrearam de uma vez só, três treinadores-tampão, a política de empurrar com a barriga para ver se dar certo, a demissão de um treinador e o expurgo de cinco jogadores a sete rodadas do final do Nacional, quando não se possuía sequer jogadores em quantidade – muito menos em qualidade – para suprir as ausências.

O rebaixamento aconteceu, inexorável.

A ausência de torcedores com suas camisas tricoloridas deixou tristes as ruas de Salvador. Veio uma grande pressão, na mídia e nas ruas, por mudanças no comando tricolor, formado hoje por pessoas totalmente descomprometidas com a história desse clube, que incorporou o dístico “Nasceu para vencer” em toda a sua trajetória de 73 anos de glórias.

As notícias que chegam é que nada mudou no Fazendão desde dezembro de 2003, quando o Bahia foi rebaixado e viveu um de seus poucos momentos vexatórios da história. Apesar da contratação de um superintendente, de um diretor de futebol e de um treinador com um bom currículo, prevalece ainda no Esporte Clube Bahia a mediocridade, a improvisação e a falta de critérios.

De 13 reforços contratados, três já foram embora, um deles tem contrato até 2009, mas está afastado do grupo, e apenas cinco são utilizados como titulares. Em campo se constata que nada mudou. No atual Campeonato Brasileiro da Série B, das quatro partidas disputadas, a única que o Bahia venceu jogava com sete pratas da casa.

No último jogo, para jogar contra o Ceará, o Bahia treina bem com dois armadores, mas acaba entrando em campo com três zagueiros – entre eles Valdomiro, que a torcida não suporta, co-responsável pelos mais de 100 gols que o time tomou na campanha do rebaixamento em 2003. Esse mesmo zagueiro falhou contra São Raimundo, Portuguesa e, escandalosamente, voltou a prejudicar o time em um pênalti desnecessário contra o Ceará. Depois, no segundo gol cearense, toma um drible humilhante.

No ataque, o treinador insiste em jogar com Robson, um jogador que empana o brilho de grandes atacantes do Bahia, como Carlito, Picolé, Jorge Campos, Beijoca, Dadá Maravilha, Cláudio Adão e Uéslei. Em um só jogo, ele perdeu dois gols cara a cara com o goleiro e um pênalti. Mas ele é moeda de troca do empresário André Cury, que nenhum compromisso tem com as cores do Bahia.

Sou um dos lutam pela mudança na direção do Bahia, porque vejo que a situação está cada vez pior. Se para as coisas mais imediatas, o festival de besteiras continua, o que dizer de coisas a médio prazo, daqui a cinco, dez anos. Quem vai repor no futuro o número de pequenos torcedores que estamos perdendo agora, pela incúria, pela vaidade e pela safadeza de alguns?

Nada do que está acontecendo é à toa. Há gente interessada na derrocada e que está agindo conscientemente para isso, inclusive dentro do clube. Somente os senhores que se julgam donos do Bahia não percebem o mal que estão fazendo a todo um povo – sim, porque não é apenas um bando de torcedores, mas uma paixão, uma identidade, um símbolo da Bahia.

Esperei os frutos das alterações que foram feitas a partir de janeiro de 2004, mas vejo que nada mudou. Os novos dirigentes chafurdaram na lama de um esquema podre e que se manteve intacto. O que ainda se vê é a improvisação, a falta de comando, a prevalência dos interesses pessoais e empresariais sobre as reais necessidades do Bahia.

É preciso dar um basta nesta situação. É preciso que o Sr. Marcelo Guimarães renuncie e convoque eleições imediatas para a direção e conselho do Esporte Clube Bahia, para que se processe o debate de idéias e o estabelecimento de novas lideranças. Precisamos passar o Bahia a limpo agora, já, sob pena de ser muito tarde amanhã.”

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