O texto abaixo é da Associação Bahia Livre, confira:
“Considerando as dificuldades passadas pela equipe em campo no início da temporada, com o intuito de não criar celeumas, a ABL deixou para emitir agora a primeira nota do ano sobre o Esporte Clube Bahia.
Depois de conseguido o tão desejado acesso à primeira divisão, o ano de 2011 apresenta grandes desafios para o Bahia, primeiro, o de sair da fila de 10 anos sem ganhar o campeonato baiano e, segundo, o de permanecer na primeira divisão, realizando uma campanha digna da tradição do Esquadrão de Aço.
Infelizmente, o ano começou muito mal para os tricolores, pois a direção do clube realizou uma aposta equivocada em um técnico sem capacidade e experiência necessárias para dirigir o clube e após dispensá-lo arriscou novamente, contratando um outro técnico sem preparo suficiente para as necessidades do clube. A série de experiências no início do ano, além de quase comprometer a continuidade no Baiano, demonstram a completa falta de ambição em se preparar a equipe para conquistar a Copa do Brasil. Felizmente, após a contratação do técnico Vagner Benazzi, (diga-se de passagem, um treinador com sucesso comprovado apenas na segunda divisão), o time conseguiu a classificação para a segunda fase do campeonato na última rodada, evitando mais um fraca sso histórico, fato freqüente nos últimos anos, ao se livrar de disputar o Torneio da Morte do Campeonato Baiano.
Mesmo sendo o único clube do Estado na primeira divisão do Campeonato Brasileiro, nem os resultados em campo ou o elenco formado asseguram favoritismo na disputa pelo título, o que por si só, já representa o desperdício de um grande handicap, que não temos há muito tempo. Nada irá justificar uma possível perda do título! Não é possível que teremos mais um presidente sem ganhar um título sequer em seu mandato!
A fragilidade demonstrada no Campeonato Baiano nos deixa temerosos quanto ao destino do clube no Campeonato Brasileiro, afinal estamos apenas há pouco mais de dois meses do seu início e a equipe em campo tem muito a evoluir e ainda precisa ser reforçada.
Adotando-se a receita como o principal fator balizador dos resultados alcançados por um clube de futebol, percebe-se claramente que o Bahia está em um patamar que o permitiu sempre estar entre as maiores receitas da Série B e por isso, sempre favorito ao acesso (o que torna mais inexplicável ainda tantos anos fora da Série A, bem como os anos na Série C e a quase volta à Série C no primeiro ano da atual gestão), mas sempre candidato ao rebaixamento quando se trata de Série A. Na primeira divisão, pelas informações da mídia, o Bahia possui a 15ª maior receita entre os clubes, acima apenas de 5 clubes, América-MG, Atlético-GO, Avaí, Ceará e Figueirense. Sabemos que futebol não é uma ciência exata, mas esta situação nos coloca, objetivamente, ca ndidatos ao rebaixamento, haja vista que 4 clubes serão rebaixados. Pior, estamos muito abaixo das 12 maiores receitas, o que nos permite dizer que na prática, a tendência, salvo algum tropeço dos clubes mais endinheirados, é que 8 clubes disputem um torneio em paralelo contra o rebaixamento.
O mais grave ainda é que com as negociações de novos valores para a transmissão de partidas do Brasileiro, deveremos passar a ter uma distância muito maior entre o Bahia e os grandes clubes sudestinos e sulistas, pois pelo o que se tem notícia, as novas cotas serão repartidas nas proporções atuais, ou seja, por hipótese, se um time do sudeste ganha $ 5 e o Bahia ganha $ 1, se as cotas dobrarem, o time do sudeste passará a ganhar $ 10 e o Bahia $ 2. O abismo entre o Bahia e outros 12 clubes fundadores do Clube dos Treze será maior ainda!
Com esse cenário, tornar-se imperioso que o clube reivindique uma divisão de receitas mais justa entre os clubes nos moldes da NBA, bem como alterações na forma de disputa da competição, para que se tenha uma maior competitividade. Mas não é algo fácil, nem se pode contar com isso, então, deve-se pensar que o Bahia está fadado a ser um clube menor no cenário nacional, sem condições de competir numa primeira divisão?
Pensamos que não! Mesmo que a Bahia seja um Estado de baixa renda, a quantidade de torcedores e o amor da torcida pelo Esporte Clube Bahia nos permite vislumbrar que uma gestão rigorosa, que, pela primeira vez na história do clube, explore o potencial de mercado de nossa torcida, possa, ao menos, em valores de hoje, considerando as cotas atuais de TV, fazer com que o clube, minimamente, dobre sua receita e consiga alcançar patamares de clubes como o Atlético Mineiro e Botafogo, que contam hoje com receitas entre R$ 80 milhões e R$ 90 milhões. Dessa forma, o clube obteria a competitividade mínima necessária para tentar cobiçar uma vaga na Taça Libertadores, da qual fomos o primeiro representante do país em 1960, ou até mesmo, mais um título de campeão nacional.
Quanto ao projeto do novo CT, não se tem muito a comentar, pois é preciso aguardar os desdobramentos do que até agora se resume a um belo projeto. No entanto, verificamos que: (i) ainda temos salários constantemente atrasados, (ii) uma precificação de ingressos, mais uma vez, por mais que já se tenha criticado, completamente equivocada, e (iii) um completo descaso com os fatos importantes da história do clube, vide que não foi feita nenhuma ação pelo tardio, mas justo, reconhecimento do título de primeiro Campeão Brasileiro, assim como o aniversário de 80 anos do clube, até o momento, praticamente, passou em branco, quando se de veria ter aproveitado a euforia pelo acesso para se fazer uma grande ação de marketing no primeiro dia do ano, data de ani versário do clube.
Será que esse tipo de gestão terá condições de fazer frente às novas demandas que estarão presentes no País do Futebol pós-Copa, quando teremos arenas sofisticadas em várias cidades e uma complexificação das relações econômicas no futebol e no esporte como um todo, já que também teremos a realização das Olimpíadas em 2016?
Queremos enfatizar, fortemente, que qualquer caminho que o Esporte Clube Bahia venha a trilhar só terá sustentabilidade se o clube for aberto e se torne parceiro de seu torcedor. A contribuição do torcedor sempre será proporcional ao grau de democracia no clube, ou seja, em quanto a opinião dele possa ser ouvida e considerada. Da maneira como o clube é dirigido atualmente, o torcedor só sofre as conseqüências de sua gestão e não possui nenhuma forma prática de influenciar na vida do clube. Para que a vontade do torcedor seja evidenciada de forma plena, só existe um caminho: eleições diretas para a presidência do clube, sem artifícios ou subterfúgios! Além de eleições diretas é preciso haver transparência! Como uma direção que se respeita po de deixar de apresentar a lista de sócios do clube, já, várias vezes, formalmente solicitada? Esta falta de transparência deixa no ar o que se pretende ao não se dar conhecimento público à lista de sócios.
A democracia ainda é o melhor dos regimes, pois é o que permite, mais claramente, a correção de rotas e as substituições quando as coisas não estão indo bem! Esperamos que o presidente Marcelo Guimarães Filho, sem subterfúgios ou desculpas, honre sua palavra e estabeleça eleições livres e diretas no final do ano! Afinal, é o que se espera de uma pessoa que já demonstrou a ambição de se candidatar a Prefeito de Salvador no pleito livre e democrático de 2012, assim como também devem ser as eleições no Esporte Clube Bahia.”
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