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Emerson: “Não tenho pretensão de agradar a todos”

Notícia
Historico
Publicada em 1 de dezembro de 2005 às 18:55 por Da Redação

Leia alguns trechos da matéria desta quinta-feira do jornal A Tarde sobre a chegada do único ídolo recente da história do Esquadrão de Aço à Canabrava e, em seguida, uma interessante entrevista com o atleta:

“A partir dos anos 90, a transferência de um jogador para clube rival começou a gerar menos polêmica. Por se tornar fato comum, esta prática passou a ser aceita sem maiores conseqüências graves. A ida de Emerson para o Vitória, após seis temporadas como ídolo do Bahia, comprova a modificação de costume. Tida como certa há semanas, a contratação foi oficializada ontem.

Aos 34 anos, o gaúcho chega ao Leão com a missão de, pelo menos, manter o desempenho apresentado no Fazendão. Performance esta que sempre rendeu elogios e admiração dos próprios rubro-negros. Mas Emerson tem consciência do peso que vai carregar, em especial nos primeiros jogos pelo novo time. Qualquer eventual falha em campo, principalmente nos Ba-Vis, será questionada com veemência.

Mesmo antes de se desligar do tricolor, a contratação de Emerson pelo Vitória era dada como favas contadas. O que adiou a confirmação foi o tempo de contrato. Nesse caso, o goleiro venceu a queda-de-braço, assinando por dois anos, um a mais que o pretendido pela direção do Leão.

Ele acha que não terá dificuldade para se adaptar. Problema, mesmo, é conciliar a bola com a faculdade de administração. “Tenho prova de psicologia amanhã (hoje) e preciso fazer o resumo de um livro gigantesco”, comentou, quase em tom de desespero.

Mas a experiência de um goleiro do Bahia se bandear para o Vitória não é novidade. Antes de Emerson, dois jogadores que vestiram a camisa número um e foram ídolos no Fazendão fizeram caminho idêntico ao do gaúcho. A torcida espera que ele tenha o mesmo sucesso que Jean e Ronaldo Passos.

O que pesou mais para você fechar com o Vitória?
Primeiro, houve o desligamento do Bahia. O Vitória já havia demonstrado interesse. Pesou na minha decisão a pressa de querer definir logo minha situação profissional. Não queria esperar muito tempo para outras propostas aparecerem, porque os clubes já estão iniciando suas preparações para os campeonatos. Estou há dois meses em férias. Quanto mais tempo ficar parado, demanda mais tempo para entrar em forma. Levei em conta também o fato de permanecer em um local de que gosto muito, que sou bem tratado e onde me sinto em casa e sou feliz. Além disso, há o esforço que o Vitória fez pela minha contratação. Eu me senti valorizado e resolvi aceitar a proposta.

E o que causou o desligamento do Bahia?
Este ano, ao contrário dos outros, senti que a permanência era mais difícil. Alguns sinais me fizeram deduzir isto. A situação do clube é difícil. Começamos a conversar e, em comum acordo, concluímos que era melhor rescindir o contrato e dar um ponto final na minha história no Bahia. Fiquei triste, é lógico. Tinha intenção de permanecer, pois é um clube de que gosto e tenho carinho muito grande. A torcida também teve carinho muito grande por mim estes anos todos, que só faço agradecer. Mas, às vezes, a gente não comanda nossa vida. Então, chegou a hora. Já que me desvinculei do Bahia, teria que dar seqüência à carreira. Foi aí que o Vitória apareceu.

Você enfrentou o Vitória em seis temporadas pelo Bahia. Já se acostumou com a idéia de vestir rubro-negro?
É uma adaptação. Ainda não me via com a camisa do Vitória, porque nem passei perto do Barradão. Não sei como é a rotina e o dia-a-dia do clube, jogar ao lado da torcida. A isso tudo vou me adaptar aos poucos. A partir do instante que passar a fazer isso tudo, vou me acostumar.

Vai ser mais trabalhoso ganhar a confiança da torcida do Vitória do que foi conquistar a do Bahia?
Na época que vim para o Bahia, tiveram alguns torcedores que ficaram revoltados por causa da minha atuação naquela partida contra o Juventude (Emerson jogava pelo time gaúcho e ajudou a eliminar o tricolor nas quartas-de-final da Copa do Brasil de 99, na cobrança de pênaltis). Mas no momento em que o Bahia acertou minha contratação, a torcida tinha a imagem que eu era um bom goleiro. O pensamento do público era que, se eu fizesse tudo aquilo pelo Bahia, seria bom para eles. Então, eu ganhei os torcedores. A torcida do Vitória já me conhece, pelo tempo que passei no Bahia. Então, provar que sou bom profissional, não preciso. Lógico que dentro de campo tenho que mostrar trabalho. Mas serei avaliado em todos os jogos. Tenho que mostrar no Vitória tudo o que mostrei no Juventude e Bahia.

Por conta da transferência para o Vitória, você teme que o amor da torcida do Bahia por você se transforme em ressentimento?
Eu sei que vai ter muita gente que não vai gostar do fato de estar agora no Vitória, especialmente os mais passionais, aqueles que são anti-Vitória. Sei disso e não tenho a pretensão de agradar todo mundo. Não há como fazer isso. Mas já tenho recebido manifestaçãoes de pessoas que estão tristes pela minha saída para o Vitória, só que estão entendendo a situação e agradecendo o tempo que passei no Bahia. Sempre fui um profissional dedicado e que honrou a camisa do clube. Volto a falar que tenho muito orgulho em ter jogado no Bahia. Saio de cabeça erguida, pela porta da frente e a consciência tranqüila de que representei o Bahia da melhor maneira possível. Espero que aconteça o mesmo no Vitória.

Qual será o maior desafio na Série C?
Ser campeão ou vice e subir (risos). Nosso papel no futebol é conquistar o maior objetivo. No caso, o objetivo é tirar o Vitória da Série C.

Leia também: Goleiro, lamentavelmente, já veste rubro-negro

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