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Empresa nega envolvimento tricolor em contrato

Notícia
Historico
Publicada em 3 de setembro de 2008 às 00:20 por Da Redação

De Nelson Barros Neto, na edição desta quarta do jornal A Tarde:

Os pingos vão começando a cair nos is. A situação, finalmente a ser esclarecida. E a ‘interminável’ novela – que consegue irritar tanto rubro-negros quanto tricolores –, de uma vez por todas a entrar em seus capítulos finais.

Por telefone, o gerente de comunicação institucional da Petrobras no Nordeste, Darcles Andrade, foi enfático: “Independente de o Bahia aceitar ou não jogar no Barradão, será assinado o acordo com o Vitória”. Pelo que disse nesta terça-feira, 2, à ATEC, pois, a polêmica em torno da presença azul, vermelha e branca no estádio rival pode ter sido em vão.

“Em nenhum momento houve essa condicionante, nunca foi dito isso”, garantiu Andrade, sobre o investimento da estatal no Leão. A proposta efetiva, segundo ele, diz respeito unicamente a ações promocionais que a empresa pretende fazer no estádio.

O contrato – fixado em R$ 4,680 milhões – teria duração de três anos, gastando-se 35% do valor no primeiro, outros 35% no segundo e os 30% restantes no último. “A Petrobras comprou o espaço de mil ingressos de camarote por cada evento que ocorra no Barradão. Mil ingressos exclusivos, que serão disponibilizados nos postos de gasolina como forma de estimular o consumo de produtos da BR Distribuidora. Essa ação, inclusive, já está toda desenhada”, conta.

A inserção da poderosa marca verde-amarela em pontos de publicidade na Toca, a exemplo de “cantos estratégicos do campo” e no placar eletrônico, prestes a ser substituído, completam o rol de investimentos prometidos.

Certo, mas onde o Esquadrão de Aço surge na história? “Essa ação não tem nada a ver com o Bahia no Barradão. Agora, não tenha dúvida de que temos total interesse em ver o clube lá. Quanto mais eventos tiverem no local, melhor. Potencializaria ainda a marca”, responde Andrade, não sem logo depois ponderar: “Se o Bahia amanhã disser que não aceita, a ação continua. Ela já está num estágio avançado. Estamos nas tratativas finais”.

DESGASTE – A idéia é repetir a parceria quando Pituaçu for inaugurado. Porém, como a praça esportiva pertence ao governo do Estado, este dinheiro também não iria diretamente ao tricolor.

Questionado sobre o motivo de a atitude da Petrobras acontecer só agora, no meio da temporada, coincidindo com o estado de necessidade do Bahia, o gerente declarou: “Já estávamos há algum tempo pensando em algo para envolver o futebol baiano. Sempre fomos criticados pelos investimentos no Eixo Rio-São Paulo, então a meta é marcar presença forte no Nordeste. Um interesse comercial, inclusive antigo, incentivando o comércio de produtos da BR Distribuidora. O retorno é imediato. O futebol é a grande paixão das pessoas”.

Darcles Andrade ainda assegura que não existirá qualquer irregularidade. “Isso tudo foi falado de forma absolutamente equivocada. A Petrobras não está investindo no Vitória, clube. O dinheiro terá destino próprio. Já fazemos coisas parecidas com o Flamengo, na Fórmula 1, etc”. A assinatura do convênio está prevista para depois de amanhã.

Enquanto isso, o Bahia segue na expectativa. O discurso – até do conselheiro Paulo Maracajá – é de que não pode se manifestar oficialmente, porque até ontem não havia chegado nenhum documento rubro-negro. Salta aos olhos, todavia, o fato de não pensar mais como em meses atrás.

Embora diga depositar esperanças na natureza de economia mista da estatal, o presidente Petrônio Barradas confessa: “Se não tiver benefícios para o Bahia, o que vamos fazer lá?”. Ele e o diretor Ruy Accioly admitem o desgaste após tantos desdobramentos do caso. E se mostram receosos com uma eventual mudança de opinião da torcida.

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