Ele não é diretor e muito menos entra em campo mas seu nome vem sendo um dos mais citados quando se fala no elenco tricolor para 2014. Trata-se do carioca Eduardo Uram, proprietário da Brazil Soccer, empresa que agencia a carreira de 120 jogadores no Brasil e no exterior e que possui um clube em Minas Gerais, o Tombense. Como prova de sua influência no meio, 16 dos 20 clubes da Série A em 2013 tinham jogadores ligados ao empresário.
Sua relação com o Bahia não é nova. Em 2013, Fernandão, Pablo e Obina vieram para o tricolor por meio dele. Antes, havia trazido Nikão e Marcelo Lomba para vestir a camisa tricolor. Ele também foi o responsável pela venda de Daniel Alves para o Sevilla em 2003.
Em 2010, em entrevista à globo.com, Uram contou como entrou no mercado do futebol ainda na década de 90, com Léo Moura sendo um de seus primeiros clientes. Em quase vinte anos de carreira, o empresário é ou já foi representante de nomes como Wellington Nem, Cícero, Diego Souza e William, destaque no Cruzeiro no último Brasileiro.
CLUBES SÃO USADOS COMO VITRINE
O Tombense Futebol Clube é usado por Uram desde 1999 para registrar seus jogadores. Boa parte deles sequer usou a camisa do time mineiro, que em 2013 disputou seu primeiro campeonato estadual, mas tem seus direitos federativos atribuídos ao time quase centenário. Além do Tombense, manteve um acordo com o Figueirense, encerrado em 2012, e chegou a ter 20 atletas no time catarinense.
Em 2013, o São Paulo foi a principal vitrine do carioca. Nada menos que dez jogadores ligados à Brazil Soccer tinham contrato com o time do Morumbi, alguns deles inclusive já nem faziam parte do elenco no Brasileiro, emprestados que foram a times de menor expressão. Essa dependência do time a apenas um empresário foi alvo de críticas por parte da imprensa paulista, que cobrava uma melhor utilização dos jogadores formados na base do próprio São Paulo em detrimento às apostas de Uram.
BAHIA JÁ TEM 7 JOGADORES LIGADOS A URAM
Depois dos nomes anunciados hoje, o Bahia agora terá 7 jogadores ligados direta ou indiretamente à Eduardo Uram, o goleiro Marcelo Lomba e seis recém-chegados: Braquinho, Diego, Rhayner, Jonathan, Anderson e Hugo. A maioria desconhecida por grande parte da torcida tricolor.
DIREÇÃO VAI DE ENCONTRO A SEUS PRINCÍPIOS
A política de contratação do clube segue o princípio de pés-no-chão determinado pela diretoria, que pretende obedecer o orçamento estabelecido no final de 2013 mas contradiz um dos motes da campanha do presidente Fernando Schmidt.
Em seu plano de gestão, lançado na campanha presidencial, há um trecho que aborda diretamente a relação do clube com os empresários de jogadores: A contratação por vídeo ou por indicação de empresários é antiga e comprovadamente ineficiente. Quanto maior o grau de interferência dos interessados, e quanto menor a fonte de informações, mais arriscada se torna a contratação.
Diante dos nomes apresentados nesta manhã no Fazendão, fica evidente a influência de Uram na montagem do grupo, o que repetiria a prática da gestão destituída em 2013 que por anos trazia caminhões de jogadores do empresário Carlos Leite, a grande maioria reprovada e alguns sequer entraram em campo.
Outro ponto que merece esclarecimentos: já que Uram possui tantas estrelas em seu caderno, por qual motivo nenhum jogador de renome desembarcou até o momento para vestir a camisa do Esquadrão? Será apenas obediência ao orçamento ou isso se deve à má imagem do clube, construída nos últimos 15 anos?
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