Entre o concreto e as lágrimas

17 segundos. Esse foi o tempo que levou para que a Fonte Nova viesse ao chão. Pouco depois da 10h deste domingo, 29 de agosto, o palco das maiores glórias do Esporte Clube Bahia, nos seus quase 80 anos, foi implodido. O estádio dará lugar à Arena Fonte Nova, onde serão sediados jogos da Copa do Mundo de 2014 e onde o Esquadrão de Aço mandará seus jogos.

A névoa de concreto derrubado se misturou à lágrimas de torcedores, ex-jogadores e de profissionais que fizeram parte de diversos espetáculos ocorridos na velha Fonte. Craques da história tricolor, como Bobô e Zé Carlos, estiveram presente no camarote montado pela empresa responsável pela demolição. Admiradores, muitos com a camisa do Bahia, se mobilizaram nas proximidades do Dique do Tororó para acompanhar de perto a implosão, que teve cobertura de quase todos os canais de TV locais e de redes nacionais de TV a cabo.

O que a fumaça, os blocos de concreto e os ferros retorcidos não apagarão é a memória do torcedor tricolor. Quem viveu a Fonte Nova jamais esquecerá os gritos, sorrisos e lágrimas – de felicidade e tristeza – que passou por lá. E sempre lembrará dos dribles de Osni, das cabeceadas de Dadá Maravilha, da elegância sutil de Bobô, da raça de Baiaco e Lima Sergipano, das defesas de Ronaldo Passos, Rodolfo Rodriguez, Nadinho e Jean, da classe de Douglas, da habilidade de Elizeu, dos gols de Beijoca, Cláudio Adão, Jorge Campos, Sanfelippo, Tirson, Nonato, Uéslei, Charles, Marcelo Ramos, Alencar e tantos outros.

Jogos inesquecíveis, histórias de amor e ódio, cachorro quente, cerveja, churrasquinho de gato e a Kombi do Reggae. O banheiro improvisado, os cânticos de apoio, a música descendo as rampas de acesso e a festa no dique rumo à Igreja do Bonfim… É, são muitas histórias, cada torcedor com as suas, tão afloradas na manhã deste histórico domingo. Que o time atual tricolor se inspire nas glórias do passado rumo a novos títulos e novas alegrias. Rumo à eternidade da memória dos torcedores do Esporte Clube Bahia.