Uma semana é o tempo que o técnico Osvaldo Alvarez tem para aplacar a dor-de-cabeça que o vem perseguindo. Verdade que se trata de uma dor saudável. Mas, como todo dilema, difícil de ser resolvido. Vadão não sabe a quem entregar a camisa nº 1 do Bahia no jogo contra o Camaçari, quarta-feira próxima. Márcio e Emerson estão na disputa, com chances iguais para ambos.
Emerson foi titular absoluto nas últimas três temporadas. Mas a demora em renovar contrato abriu caminho para Márcio, que não decepcionou. Depois de mostrar serviço em alguns jogos do Brasileirão passado, ele começou o ano como dono da posição. A atuação segura no BA-Vi contou mais pontos a favor do sergipano de 23 anos, que era apenas o terceiro goleiro no princípio de 2003.
Como uma coruja, apelido que carrega desde os tempos da Divisão de Base, Márcio está à espreita. Mas não esconde que ficará decepcionado se voltar ao banco, mesmo perdendo a vaga para seu ídolo. “Claro que isso me chatearia, pois estou lutando pra ser titular. Pra isso, tenho que continuar me esforçando para ficar sempre em um nível acima dos outros goleiros”.
Sem querer polemizar, Emerson diz que está tranqüilo para aceitar o desfecho da briga. Declarando-se amigo do concorrente, ele garante que seu nível de amadurecimento impede que a disputa resvale para o campo pessoal. “Estou mais experiente e vou evitar erros cometidos no passado. No Grêmio, tinha amizade com Danrlei. Mas a luta pela posição afetou a relação fora do campo, que nunca mais voltou a ser a mesma. A disputa aqui é sadia”.
Cabe ao treinador resolver este doce problema. Alguns interlocutores revelaram que o ele iria reconduzir Emerson à posição de titular após o BA-Vi. Porém, passado o clássico, Vadão já não demonstrava a mesma segurança, ressaltando que “só os treinos da semana definirão quem será o goleiro contra o Camaçari”.
Ricardo Palmeira, treinador de goleiros desde 2000, também está no meio do turbilhão. Sua consultoria tem peso importante no veredito. A palavra dele foi decisiva para a escalação de Márcio na partida de domingo, o que contrariou Emerson.
Ele diz que a situação é complicada, mas o clima de amizade não foi afetado. “Sempre saímos pra almoçar e marcamos atividades extra-campo. É preciso muita psicologia de grupo para manter o respeito entre os colegas. O importante é que o Bahia conta hoje com três goleiros de ótimo nível”.
A Tarde (Adaptado)
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