Penetra numa festa que tinha tudo para ser azul vermelho e branca, o Vitória roubou não só a cena, mas a euforia tricolor, ao meter 2 a 1 no Bahia em pleno Pituaçu, na tarde deste domingo. O resultado no jogo de ida da final do Baianão 2009 ampliou ainda mais a vantagem rubro-negra e feriu de morte a esperança do torcedor do Esquadrão de sair da fila de sete anos sem título.
De quebra, o Vitória ainda acabou com a invencibilidade de 14 partidas do Bahia em Pituaçu – desde a reabertura o Tricolor não perdia lá. Neste domingo, os rubro-negros só não foram superiores nas arquibancadas.
A torcida do Bahia mais uma vez cumpriu seu papel e foi absoluta, ocupando mais de 80% do estádio, reduzindo consideravelmente o espaço para os visitantes, com relação ao primeiro BA-vi no Roberto Santos. A massa, porém, não fez a diferença que se esperava. Ficou murcha e vibrou pouco, contaminada pela inoperância do time no gramado.
Agora só uma improvável derrota por dois gols de diferença, no clássico de volta, domingo que vem, no Barradão, tira do leão o Tri-campeonato Estadual. Difícil, muito. Ainda mais levando-se em conta o disparate técnico que se viu em campo neste primeiro confronto.
O jogo
O Vitória dominou completamente as ações no primeiro tempo. Neutralizou as principais jogadas do Bahia ao tomar conta do meio-de-campo. Além do bom posicionamento tático, o rubro-negro teve a seu favor as péssimas atuações de peças-chaves do Tricolor, como o zagueiro Evaldo e, principalmente, Élton.
Um dos melhores do Bahia no ano, Élton nem de longe lembrava o volante vigoroso que brilhou ao longo do Estadual. Disperso, lento, visivelmente fora de forma, sem ritmo, foi um mero espectador do jogo, com visão privilegiada.
Só dois jogadores do Bahia brilharam no primeiro tempo. Substituto do titular Marcelo, vetado de última hora pelo departamento médico, o goleiro Fernando, que fez duas grandes defesas. A primeira, com as pernas, depois de desvio de Apodi, de dentro da área. A segunda, ao desarmar Neto Baiano quando, sozinho, o artilheiro partia em direção ao gol.
Fernando só não pôde fazer nada na cabeçada de Ramon, que abriu o placar, aos 13 minutos, aproveitando bobeira do questionável Evaldo.
O outro tricolor que se saiu bem na etapa inicial foi o lateral Patrício. Aos 17, ele colocou bola na medida para Rubens Cardoso, que dominou no peito e bateu cruzado. Viáfara espalmou. Na sobra, Reinaldo deixou tudo igual.
Empate injusto, registre-se. O Vitória era melhor e não merecia ter levado o gol. Tanto é que continuou com maior volume e criando as chances mais agudas até o apito final do árbitro Sálvio Espínola.
No segundo tempo, apesar de ter voltado sem mudanças, o Bahia começou melhor. Adiantou a marcação e forçou o adversário a recuar. Vinha bem, até que Ananias, que fazia boa atuação, perdeu o rebote de escanteio no meio.
Apodi acabou lançado no mano a mano com Rubens Cardoso. Mais veloz, o rubro-negro deixou o marcador para trás e invadiu a área. Só parou ao ser derrubado pelo camisa seis. Pênalti bem assinalado e convertido por Ramon, o segundo dele no jogo, aos 8 minutos.
A partir daí, Gallo começou a fazer lambança e desestruturou completamente o Bahia, que virou um bando em campo. A impressionante capacidade do treinador de mexer mal na equipe deu as caras mais uma vez, pra azar da torcida tricolor.
De uma vez só, o técnico tirou o atacante Reinaldo e o meia Ananias para as entradas, respectivamente, do lateral Ávine e do meia Alex Maranhão. As trocas dos meias, vá lá. Mas a saída de Reinaldo foi difícil de engolir.
Tá certo que o jogador não é uma unanimidade, mas cumpria um papel tático importante, de prender a marcação adversária em sua área e deixar mais espaço na intermediária para o Bahia construir suas jogadas ofensivas.
Com a saída de Reinaldo, além de facilitar a marcação rubro-negra, o Bahia perdeu a força da bola aérea, uma de suas principais armas, já que Ávine é muito mais baixo.
Como a entrada de Alex também não acrescentou muito e Ávine não entrou bem, o Tricolor caiu de produção e só conseguiu levar perigo em uma cobrança de falta, aos 44 minutos, que Maranhão cobrou bem, mas explodiu no travessão.
O Vitória ficou todo atrás, marcando com eficiência e sempre partindo em velocidade, no contra-golpe. Num deles, conseguiu desfalcar o Bahia para o jogo de volta. Neto Baiano foi derrubado por Patrício, que acabou expulso, aos 41 minutos.
Após o final da partida, houve um princípio de confusão entre os jogadores dos dois times. Vanderson e o goleiro Fernando receberam cartão amarelo depois que o jogo já tinha acabado.
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